
O brilho do legado de Joãosinho Trinta
Em fevereiro de 1991, VEJA destacava em sua capa um dos maiores carnavalescos do Rio de Janeiro, que ilustrou a última alegoria da Beija-Flor este ano, com a volta do Cristo proibido
TBT 13 DE FEVEREIRO DE 1991 | “Um aspecto que distingue Joãosinho de seus colegas de profissão é a origem humilde”.
Assim iniciava a reportagem de capa de VEJA sobre Joãosinho Trinta, um dos carnavalescos de maior destaque do Rio de Janeiro e que ilustrou o enredo da Beija-Flor este ano.
“Nas alegorias que cria para a Beija-Flor, Joãosinho Trinta cultiva mais o lixo do que o luxo. Ele gosta de utilizar materiais baratos e, através de truques imaginativos, consegue efeitos visuais formidáveis”, dizia o texto.
Mais de 30 anos depois, a alegoria mais famosa da história da Beija-Flor voltou à Sapucaí na noite desta segunda-feira, 3, em uma cena marcante da apresentação da escola de samba campeã do Carnaval carioca.
A imagem de Jesus Cristo envolto em um saco plástico e com a frase “Mesmo proibido, olhai por nós” à frente relembrou o carro alegórico do desfile “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia”, de 1989, quando Joãosinho era o carnavalesco e Laíla era o diretor de carnaval.
O trabalho questionava os conceitos de lixo e luxo e promovia um grande baile com excluídos da sociedade, que faziam suas fantasias com itens descartados, e foi censurado a pedido da Igreja Católica.
Nas redes sociais, a Beija-Flor descreveu a proposta da releitura: “Como último ato de nossa homenagem, reviveremos o que foi considerado o maior desfile da história da Beija-Flor, da Marquês de Sapucaí e, consequentemente, dos artistas geniais Laíla e Joãosinho Trinta. A releitura da icônica alegoria ‘O Cristo Preto’, transgressora e antológica, é relembrada, ao fim do desfile, como a grande obra”.
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