
Uma mancha na democracia americana
Há quatro anos, VEJA destacava em sua capa a invasão da sede do Congresso dos EUA, numa tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Após a posse de Donald Trump, uma das primeiras medidas que o republicano tomou foi conceder perdão aos invasores
TBT 13 DE JANEIRO DE 2021 | “Um legado vergonhoso”: há quatro anos, VEJA destacava em sua capa um episódio que só aconteceu uma única vez na história dos EUA e que quase colocou em xeque a democracia americana: a invasão do Capitólio, sede do Congresso, numa tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden em 2021.
“Na quarta-feira, 6, dia da confirmação do resultado eleitoral no Congresso, Trump subiu o tom: falando a manifestantes em um parque próximo à Casa Branca, bateu seguidamente na tecla do resultado fraudulento, denunciou “traidores” e estimulou a turba a marchar para o Capitólio, de modo a renegar a eleição de novembro”, iniciava o texto.
“Uma horda virulenta disposta a tudo tomou conta dos solenes salões onde têm assento os representantes do povo na mais sólida democracia do planeta. Em cenas chocantes, inimagináveis, simultaneamente agressivas e constrangedoras, manifestantes se aproximaram do prédio, escalaram paredes, derrubaram portas e entraram no Capitólio, enfrentando minguada reação da polícia.”
“A insurreição com cheiro de golpe de Estado no país da Constituição exemplar, formulada pelos founding fathers em 1791, símbolo indelével das liberdades individuais e da blindagem das instituições democráticas, escancarou o risco embutido no populismo ao modo Trump”, continuava a reportagem.
Nesta segunda-feira, 20, logo após sua cerimônia de posse, Donald Trump concedeu “perdão completo” para cerca de 1.500 pessoas que invadiram o Capitólio. Entre o perdoados está o ex-líder do grupo de extrema direita Proud Boys (“Meninos Orgulhosos”, em inglês) e um dos responsáveis por organizar o ataque, Enrique Tarrio.
Segundo o decreto de Trump, ficam perdoados todos os investigados pela invasão ou crimes relacionados ao ataque ocorridos entre 6 e 20 de janeiro de 2021.
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