Amazônia queimou mais que o Pantanal no primeiro semestre de 2024
Dobram as áreas de biomas nacionais destruídos pelo fogo no primeiro semestre deste ano.
Apesar de o Pantanal ser o bioma que mais sofreu com queimadas em junho, no balanço do semestre, a Amazônia concentrou a maioria incêndios. A informação vem do levantamento do MapBiomas, organização sem fins lucrativos que monitora o uso do solo. Ali, o fogo consumiu 2,97 milhões de hectares, o equivalente a pouco mais de seis cidades de São Paulo. Esse total corresponde a mais da metade de todas as áreas queimadas no país.
Roraima foi o estado que mais contribuiu para a Amazônia ser o número 1 em incêndios. “Diferentemente do restante do bioma, essa região enfrentou um período de seca mais intensa que o normal nos primeiros meses do ano”, diz Felipe Martenexen, pesquisador do IPAM, responsável pelo mapeamento da Amazônia no Monitor do Fogo. A intensificação da falta de chuvas foi provocada pelo El Niño, fenômeno que virou o clima de cabeça para baixo em todo o mundo até o início deste ano.
Estados amazônicos campeões em chamas
Em Roraima foram queimados 2 milhões de hectares, o que representa 44% do total queimado no Brasil. Depois vem o Pará, com 535 mil hectares e, na sequência, Mato Grosso do Sul, com 470 mil hectares. Os três representaram 67% do total da área afetada pelas chamas no semestre.
Se no início do ano, as queimadas se concentraram mais em Roraima, em junho, desceram para o Cerrado e para o Pantanal. “No Cerrado, os incêndios são comuns nesta época por causa da estiagem, porém a área devastada foi a maior dos últimos seis anos”, Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo. Já no Pantanal, o fogo começou muito antes do esperado, pois a seca também se antecipou em um mês.
A evolução do fogo no Pantanal em números
- Dos 468 mil hectares queimados nos primeiros seis meses, 370 mil viraram cinzas em junho.
- Corumbá foi a região mais afetada, que perdeu 299 mil hectares.
- A área queimada no bioma aumentou 529%. Foram 394 mil hectares a mais em comparação à média histórica dos cinco.