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Avanço das usinas fotovoltaicas aumenta o desmatamento da Caatinga

Bioma com maior perda de área nativa foi escolhido como o principal palco das usinas no Brasil

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 set 2025, 06h06 - Publicado em 18 set 2025, 20h52

A vegetação nativa da Caatinga tem função fundamental principalmente na formação de águas, que impede o processo de desertificação. Justamente por ser muito quente, e ter a mais alta incidência de radiação solar do planeta, o semiárido nordestino foi escolhida para abrigar a maior parte, 62%, das usinas fotovoltaicas do país, que constituem fonte de energia limpa e renovável. Mas o projeto de instalação dessas unidades, por ironia, não se dá de forma sustentável. As usinas são responsáveis pelo desmatamento de 21,8 mil hectares de matas nativas, de acordo com o levantamento do MapBiomas, que monitora o uso da terra por satélites.

Em 2023, a devastação da Caatinga, pela primeira vez, ultrapassou a da Amazônia, representando 63% do desmatamento de todo país. No ano seguinte, o ritmo caiu pela metade, mas mesmo assim, a região concentrou 53% de tudo que havia sido consumido de área nativa do continente.  “É fundamental que os projetos de energia considerem alternativas de ocupação em áreas já degradadas, evitando pressionar ainda mais a vegetação da Caatinga”, disse Nerivaldo Afonso, pesquisador da equipe Caatinga do MapBiomas . Em nome da energia limpa, mais de 1.368,4 hectares de vegetação nativa de Caatinga foram perdidos, só no Piauí, em 2024.

Os dados são de um detalhado levantamento sobre as mudanças ocorridas na cobertura e uso da terra feito a partir da Coleção 10 de mapas e dados da rede MapBiomas, entre 1985 e 2024. O relatório revela que o bioma, que ocupa  86,2 milhões de hectares, o equivalente  a 10,1 % do território do Brasil, perdeu  14% de sua cobertura natural: 9,25 milhões de hectares.

Não há dúvida que as usinas são extremamente importantes. Abastecem o sistema interligado nacional, além de contribuir para o desenvolvimento regional, com a eletrificação de comunidades, dessalinização de água, irrigação de pequenos cultivos e apoio a atividades produtivas sustentáveis. Porém, os projetos de instalação precisam ser revistos, para que sigam os mesmos princípios sustentáveis para que foram criados.

A região já é palco de queimadas e da expansão do agronegócio.  A área antrópica aumentou 39%. Mais de um terço  do bioma é ocupado pela agropecuária. Atividade que praticamente dobrou a área, nos últimos quarenta anos, as fazendas de gado correspondem por 24,7% do território.  O restante, 12%, é dominado por plantações, que apesar de terem menor área, expandiram mais de mil vezes a área de cultivo.

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+https://beta-develop.veja.abril.com.br/agenda-verde/caatinga-tem-mais-risco-de-desertificacao-com-desmatamento-e-queimadas/

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