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Brasil leva Fundo Florestal e apelo por metas climáticas à ONU e à Semana do Clima em NY

Ideia é criar um padrão para os aportes futuros. O desafio, porém, é viabilizar os 25 bilhões de dólares iniciais em tempo recorde

Por Ernesto Neves Atualizado em 25 set 2025, 09h43 - Publicado em 22 set 2025, 11h51

A semana promete ser decisiva para a diplomacia ambiental brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Nova York para a Assembleia Geral da ONU e para a Semana do Clima com uma agenda que vai além dos tradicionais discursos de abertura: o Brasil busca consolidar sua imagem de liderança global em meio às negociações que antecedem a COP30, marcada para novembro em Belém do Pará.

Um dos principais movimentos será a apresentação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).

Mais do que um mecanismo financeiro, o fundo é um gesto político: pretende demonstrar que países em desenvolvimento também podem propor soluções sofisticadas para proteger o clima e atrair capital privado.

Ao anunciar que o Brasil será o primeiro investidor, Lula envia um recado ao mundo, não apenas cobra compromissos do Norte Global, mas também se dispõe a liderar pelo exemplo.

A ideia é criar um “padrão” para os aportes futuros. O desafio, porém, é viabilizar os 25 bilhões de dólares iniciais em tempo recorde.

Especialistas veem essa meta como ambiciosa, especialmente em um contexto de crises fiscais em economias desenvolvidas e da disputa geopolítica entre Ocidente e países emergentes como China e Emirados Árabes, que já sinalizaram interesse no projeto.

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Outro eixo central da atuação brasileira será o apelo para que os países apresentem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Até agora, só 38 governos atualizaram suas metas, um sinal preocupante diante da proximidade da COP30.

Lula organiza, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, um encontro para pressionar os chefes de Estado a acelerar esse processo.

O movimento é estratégico: ao se colocar como catalisador da ambição climática, o Brasil reforça sua condição de mediador entre países ricos, que têm maior responsabilidade histórica pelas emissões, e países em desenvolvimento, que cobram financiamento e tecnologia para acelerar a transição.

O administrador-assistente do PNUD, Marcos Neto, adiantou que as novas metas devem ser “muito melhores” que as atuais, chamando essa rodada de NDCs de uma “versão 3.0” do Acordo de Paris.

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Relatório de Marina e a costura para Belém

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também levará à ONU o relatório do Conselho do Balanço Ético Global (BEG), elaborado a partir de consultas com cientistas, líderes empresariais, religiosos e sociais.

O texto é visto como um ensaio para Belém, servindo de insumo às discussões da Pré-COP em Brasília, em outubro.

Essa costura é essencial: a COP30 não será apenas uma conferência climática, mas um momento simbólico.

Será a primeira vez que a Amazônia receberá um evento desse porte, em uma cidade que simboliza tanto a riqueza ecológica quanto os desafios sociais e de infraestrutura.

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O peso da COP30 e do Acordo de Paris

O encontro em Belém deve marcar um ponto de inflexão no regime climático internacional. Pela primeira vez, os países discutirão suas metas à luz do Global Stocktake, a avaliação global prevista pelo Acordo de Paris para medir se o mundo está no caminho de limitar o aquecimento a 1,5 ºC.

Esse mecanismo transforma a COP30 em um evento de ajuste de rota. Ou seja: ou os países aumentam substancialmente sua ambição, ou o Acordo de Paris corre o risco de se tornar letra morta.

É nesse contexto que o Brasil tenta se afirmar como protagonista: ao mesmo tempo anfitrião da conferência, guardião da maior floresta tropical do planeta e articulador político capaz de dialogar tanto com Washington e Bruxelas quanto com Pequim e os países africanos.

A estratégia, contudo, envolve riscos. O sucesso do TFFF depende da confiança internacional no governo brasileiro e da capacidade de atrair investidores em larga escala. Além disso, o Brasil será cobrado pela coerência entre discurso e prática, especialmente diante dos índices de desmatamento e da pressão do agronegócio.

Ainda assim, ao levar para Nova York uma agenda marcada por propostas concretas, Lula tenta reposicionar o país como um ator indispensável na geopolítica do clima. A COP30 será, em última instância, o teste definitivo dessa ambição.

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