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Brasil registra redução de 32,4% no desmatamento em 2024, aponta Mapbiomas

A redução foi observada em cinco dos seis biomas brasileiros

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2025, 11h29

O desmatamento no Brasil registrou uma queda significativa de 32,4% na área desmatada em 2024, na comparação com o ano anterior, segundo dados consolidados do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do Mapbiomas, lançados nesta quarta-feira 14. Os alertas de desmatamento também apresentaram redução, caindo 26,9%. Ao todo, foram desmatados 1.242.079 hectares e registrados 60.983 alertas em território nacional em 2024.

A redução foi observada em cinco dos seis biomas brasileiros. O Pantanal e o Pampa foram os biomas que apresentaram as maiores reduções de área desmatada em 2024 na comparação com 2023, com quedas de 58,6% e 42,1%, respectivamente. O Cerrado apareceu em terceiro lugar, com redução de 41,2%, seguido pela Amazônia (-16,8%) e pela Caatinga (-13,4%).

A exceção à tendência de queda foi a Mata Atlântica, que se manteve praticamente estável, registrando um crescimento de 2% na área desmatada. A estabilidade da Mata Atlântica é atribuída, em parte, à perda de vegetação nativa por conta de eventos climáticos extremos. Segundo um coordenador do Mapbiomas, se esses desmatamentos relacionados a eventos extremos não tivessem sido computados, a redução geral teria sido 20% maior.

Apesar da redução geral, o Cerrado foi, pelo segundo ano consecutivo, o bioma que registrou a maior área desmatada no país em 2024, com a perda de mais de 652 mil hectares de vegetação nativa. Em 2024, mais de 89% da área desmatada no país integram a Amazônia ou o Cerrado. As formações savânicas foram as mais desmatadas (52,4%), seguidas pelas florestais (43,7%). Historicamente, o desmatamento concentrava-se na Amazônia, mas esse padrão mudou, com o desmatamento no Cerrado superando o da Amazônia nos últimos dois anos.

Ritmo intenso

Em termos de ritmo, a área média desmatada em 2024 foi de 3.403 hectares por dia, ou 141,8 hectares por hora. O dia 21 de junho registrou o maior desmatamento do ano, com 3.542 hectares de vegetação nativa perdidos em 24 horas. No Cerrado, o ritmo foi mais intenso, com 1.786 hectares desmatados por dia.

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Entre as regiões, a Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia) teve queda no desmatamento pelo segundo ano, com redução de 13%. No entanto, a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) foi onde ocorreu 42% de toda a perda de vegetação nativa do país em 2024, e onde o Cerrado foi mais desmatado (75% da perda no bioma).

Os estados que mais desmataram em 2024 foram Maranhão (17,6%), Pará (12,6%) e Tocantins (12,3%), representando 65% da área total desmatada no Brasil. Goiás, Paraná e Espírito Santo reduziram o desmatamento em mais de 60%, enquanto Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Acre apontaram maior crescimento. No Rio Grande do Sul, o aumento esteve associado a eventos climáticos extremos na Mata Atlântica. Mais da metade dos municípios brasileiros (54%) registraram pelo menos um evento de desmatamento em 2024.

Nas terras indígenas, houve uma redução de 24% na perda de vegetação nativa por desmatamento, totalizando 15.938 hectares (1,3% do total nacional). Apesar da redução geral, a Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) registrou aumento de 125% no desmatamento, liderando a lista de TIs mais afetadas. Nas Unidades de Conservação, a perda de vegetação nativa caiu 42,5%, totalizando 57.930 hectares. A APA Triunfo do Xingu (PA) teve a maior área desmatada entre as UCs.

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O relatório também aponta que 43% da área desmatada em 2024 teve alguma autorização para a supressão de vegetação. O Cerrado foi o bioma com maior percentual de desmatamento autorizado (66%), enquanto na Amazônia esse percentual foi de 14%. O estado do Maranhão, um dos que mais desmatou, foi citado por apresentar dificuldades em fornecer informações transparentes sobre fiscalização e autorizações.

Em uma análise histórica desde 2019, o Brasil já desmatou quase 10 milhões de hectares, com 67% desse total na Amazônia Legal. Ao longo desses seis anos, a pressão da agropecuária respondeu por mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no país.

Os pesquisadores avaliam que a redução em 2024 pode refletir a construção de planos de enfrentamento ao desmatamento para todos os biomas, o aumento da participação dos estados em ações de fiscalização e o maior uso de dados para a concessão de crédito rural.

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(Com Agência Brasil)

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