Manaus lança sua primeira plataforma nacional de carbono
Com apoio do Banco Mundial, projeto transforma ativos lastreados em programas de reflorestamento
Desde que se transformou em sede da próxima COP30, o Brasil trabalha em ferramentas financeiras que ajudem a colocar em prática os planos de conservação e reflorestamento, que possuem a meta de mitigar os efeitos do aquecimento global. Com esse objetivo, a Prefeitura de Manaus elaborou a primeira plataforma nacional de registro e negociação de créditos de carbono, a Bolsa de Créditos de Carbono da Amazônia, que deve contar com o apoio do Banco Mundial.
A proposta pretende integrar ativos florestais pelo mecanismo da Organização das Nações Unidas, chamado de REED+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, mais aumento de estoque e recuperação das florestas). O sistema foi criado para recompensar países em desenvolvimento com certificação internacional e governança pública, ao reduzirem emissões preservando suas florestas e investindo em infraestrutura urbana, como saneamento, mobilidade elétrica, energia limpa, em uma única plataforma. O projeto será incorporado ao Plano Municipal de Bioeconomia, previsto para 2026, e pode transformar a capital amazonense em hub climático do Hemisfério Sul. Com isso, a cidade deve se transformar em um centro natural para a negociação de títulos verdes oriundos das grandes florestas tropicais — Amazônia, Congo e Indonésia — que concentram os maiores estoques de carbono do planeta.
“É uma proposta que nasce da realidade amazônica, mas com ambição global. Estamos construindo os instrumentos jurídicos e operacionais para tornar Manaus uma referência em finanças verdes com rastreabilidade e integridade”, afirma o prefeito David Almeida. O apoio do Banco Mundial é importante para atrair investimentos públicos e privados voltados a projetos capazes de gerar créditos de carbono negociáveis nos mercados regulado e voluntário, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre as ações planejadas estão: uso de energia renovável em prédios públicos e na iluminação da cidade, recuperação de ecossistemas urbanos degradados, proteção de recursos hídricos, mobilidade de baixo carbono, reuso e reciclagem de materiais, além de incentivos a contratações sustentáveis.
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+https://beta-develop.veja.abril.com.br/economia/governo-cria-megafundo-que-promete-transformar-areas-verdes-em-ativos-financeiros/







