Estudo revela como manejo do fogo pode combater crise climática na Amazônia

Uma pesquisa do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites Laboratório (Lapis), publicada recentemente no periódico internacional Atmosphere, mostra um novo padrão de uso do fogo na Amazônia. A nova abordagem mostra que é possível usar o fogo como ferramenta de manejo integrado para evitar incêndios florestais de grandes proporções, algo cada vez mais frequente e consequência direta da crise climática, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

No estudo, os pesquisadores descobriram que concentrar o fogo em períodos específicos do ano contribui para diminuir o impacto das emissões de carbono (CO) e nitrogênio (NO2), liberados pelos incêndios na floresta. Também mostraram que evitar o fogo no pico da seca na Bacia Amazônica pode ajudar na mitigação climática e na manutenção da floresta, já que concentrar as queimadas fora do pico climático crítico, auxilia na conservação da biodiversidade.

Pequenas queimadas e maior cobertura vegetal

O manejo controlado já é feito de forma experimental em outros continentes e países como a África e Austrália. Se faz a queima precoce em pequenas extensões no início do período seco, quando a umidade do solo ainda é relativamente alta. Dessa forma, o risco de o fogo se espalhar diminui consideravelmente, só atingindo a camada superficial do solo. Ou seja, ao invés de deixar que aconteçam os grandes incêndios, no auge da seca, são feitas pequenas queimadas, com baixas emissões de carbono, no início dela.

Mas é importante entender que a queima controlada não pode acontecer à custa da biodiversidade e da funcionalidade dos ecossistemas em algumas regiões, pois pode contribuir para aumentar a biomassa e armazenar mais carbono acima do solo. O ideal é justamente fazer o contrário: evitar incêndios de grandes proporções, mantendo uma maior cobertura vegetal.

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