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Novo relatório do MapBiomas alerta para crescente destruição da Amazônia

Desmatamento da região Norte corresponde a 78% da devastação de todo o território nacional, segundo a pesquisa

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 set 2023, 15h54
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  • Importante intituição de controle da cobertura e do uso da terra no Brasil, o MapBiomas apresentou nesta quinta-feira (31), o relatório anual sobre as mudanças nesse cenário em 2022. Desde o início do monitoramento, em 1985, até o fim do ano passado, o Brasil perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa, extensão que corresponde a 2,5 vezes o tamanho da Alemanha, mas foi na última década que a devastação, dessas áreas, se acelerou mais. Assim como os demais relatórios ambientais publicados nos últimos quatro anos, a maior preocupação dos ambientalistas é o Norte do país. A região concentra 78% do desmatamento total do território nacional.

    Nesse cenário, o Pará chama a atenção por ser o estado cujo desmatamento representa 75% de área nativa perdida na Amazônia Legal. A devastação acelerada da última década, levou o governador do estado Helder Barbalho a assinar um decreto de emergência ambiental, em fevereiro, valido para 15 municípios paraenses. A medida estabelece medidas de combate aos crimes ambientais, como o reforço da presença do efetivo dos órgãos fiscalizadores por 180 dias. As áreas de emergência incluem cidades como Altamira e São Félix do Xingú, que ganharam fama pela violência e violação dos direitos e terras indígenas, que culminaram na morte do jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, no ano passado. “Instalamos três bases fixas de monitoramento e conseguimos baixar os alertas de desmatamento em 6% esse ano” disse Andrea Coelho, assessora de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que estava presente no seminário de apresentação dos dados do relatório.

    Para dar ideia da importância do Pará, de janeiro a julho, os alertas de desmatamento reduziram 7% em toda região da Floresta Amazônica. A maior parte do estado paraense, 70% dele, são terras federais, o que dificulta no acesso às informações. “Estamos trabalhando na transparência das autuações” disse Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas. “Essas informações deveriam ser públicas, mas nem sempre estão disponíveis. Agora precisamos ter mais dados federas, essa centralização é fundamental para o monitoramento.”

    O MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima e desenvolvimento em parceria com uma rede de instituições, universidades, ONGs e empresas de tecnologias, com o objetivo entregar a sociedade um amplo e completo material de registro ambiental. Os envolvidos entendem que é preciso deixar cada vez mais escancarada, para a sociedade, o desmatamento silencioso e criminoso da Amazônia. “Isso tira do imaginário das pessoas que o ilícito não está sendo visto”, disse Andrea da Semas do Pará.

    Membro auxiliar da Comissão do meio Ambiente do Conselho Nacional do Ministério Público, Tarcila Gomes, levantou a importância da melhoria da estrutura pericial na região Norte. “Há locais onde faltam estruturas permanentes e às vezes temporais também”, disse em uma breve participação. “As estratégias de atuação precisam ser mais integradas”.

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