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O que explica o nível acima da média de chuvas em SP?

Segundo estudo, o fenômeno meteorológico se dá principalmente pelo aumento das temperaturas, agravado pelo crescimento urbano em SP

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 fev 2025, 11h25 - Publicado em 3 fev 2025, 09h41

A Defesa Civil de São Paulo emitiu alerta para a ocorrência de chuvas fortes até quarta-feira, 5. Em razão do alto volume de chuvas, o Gabinete de Crise permanecerá ativo para monitorar a situação e coordenar ações emergenciais. De tarde, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes programaram uma reunião para tratar do assunto.

Na madrugada desta segunda-feira, 3, a Defesa Civil emitiu mais um alerta “severo” para a ocorrência de chuvas. No sábado, 1º, depois de forte chuva na madrugada, o prefeito disse que a administração deve se concentrar na remoção dos moradores do Jardim Pantanal, uma das áreas que mais sofrem com os temporais.

A prefeitura não tem um plano definido para a remoção dos moradores do Jardim Pantanal, cerca de 45 mil pessoas. A intenção inicial da administração municipal era construir um muro de contenção na região, mas os custos da obra, estimados em 1 bilhão de reais, foram considerados “inviáveis” pelo prefeito.

Histórico

Na manhã desta segunda-feira, 3, a chuva começou moderada, segundo a Defesa Civil. No entanto, “entre a tarde e a noite, ainda por conta da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), a chuva se espalha por todo o estado e ganha intensidade. Há previsão de pancadas de chuva moderadas a fortes, acompanhadas por raios e rajadas de vento em todas as áreas”, alertou comunicado do órgão.

A faixa leste do estado é a que mais preocupa as autoridades – a região compreende todo o litoral desde o Vale do Paraíba até o litoral norte, em cidades como Mogi das Cruzes, Poá, Guararema, Suzano, Santa Isabel, entre outras.

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Desde o início do verão, São Paulo registrou 18 mortes em consequência das chuvas. Cerca de duas mil pessoas foram afetadas em Franco da Rocha e Cajamar, onde cerca de 100 residências foram atingidas pela inundação.

As recomendações da Defesa Civil para os próximos dias são evitar transitar por locais alagados e ter atenção a movimentações de solo, rachaduras ou inclinação de árvores e postes. Moradores de áreas de risco devem buscar abrigo em locais seguros ao menor sinal de deslizamentos ou enchentes.

O que dizem os estudos?

Um estudo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP) mostra que, ao longo dos anos, o volume das chuvas na cidade de São Paulo cresceu. Também há mais dias com chuva severa. De acordo com as medições realizadas na Estação Meteorológica do IAG-USP, em 90 anos, o acumulado de chuva na capital paulista cresceu, em média, 5.5 mm por ano (entre 1933 e 2023).

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2025 não está sendo diferente. Até a noite deste domingo 2, São Paulo recebeu 161 mm, apenas em fevereiro. Ou seja, cerca de 65% do total de chuva esperada para todo o mês (246 mm), segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) e a Defesa Civil do Estado de São Paulo. Em janeiro, o volume de chuva registrado nas represas do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) aumentou pelo terceiro ano consecutivo, com 236,6 milímetros no mês, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Segundo estudo da USP, o principal fator para o aumento do volume anual das chuvas e na quantidade de dias com chuvas severas é um efeito das mudanças climáticas causado principalmente pelo aumento da temperatura, agravado pelo crescimento urbano. Isso porque a chuva é resultado de uma combinação de fatores que incluem a umidade e o aquecimento. Ou seja, além do calor natural do Sol e os próprios efeitos climáticos do aquecimento global, que faz com que a temperatura do ar aumente e, assim, a quantidade de umidade que a atmosfera consegue reter (chamada de água precipitável, que se transforma em chuva), o crescimento urbano promove mais calor pelas próprias atividades humanas, que vão desde as indústrias e veículos até o consumo de energia elétrica.

Sobre a umidade, também existe uma influência direta da região amazônica, tanto da brisa marítima quanto da evapotranspiração das plantas, que chega na região Sudeste, inclusive em São Paulo, pela circulação atmosférica e, geralmente, no final da tarde – período que combinado ao calor que a cidade recebeu durante todo o dia, acaba resultando nas fortes chuvas de verão.

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Quando o fenômeno meteorológico coincide com as chegadas de frentes frias, o cenário piora para a ocorrência de chuvas severas já que a massa de ar seco fica mais pesada, fazendo com que o ar úmido suba e forme nuvens carregadas e com correntes de ar. Assim, quanto mais calor e umidade, mais nuvens carregadas e, por consequência, mais chuvas severas.

(Com Agência Brasil)

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