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Ondas de calor na África são mais intensas e frequentes do que há 40 anos, mostra estudo

O avanço do aquecimento global favorece secas prolongadas, escassez de alimentos, migração forçada e instabilidade social em várias regiões do continente

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 ago 2025, 17h12 - Publicado em 19 ago 2025, 17h00

Nos últimos anos, manchetes sobre calor extremo se tornaram comuns em várias partes do mundo e na África não é diferente. Um novo estudo da Universidade de Illinois em Chicago, publicado na Communications Earth & Environment, do grupo Nature, mostra que as ondas de calor no continente estão cada vez mais fortes, duram mais tempo e acontecem com mais frequência do que há quatro décadas.

Na prática, isso significa que regiões africanas que antes enfrentavam um episódio de calor extremo a cada cinco ou seis anos, agora vivem situações semelhantes a cada dois anos ou menos e por períodos até três vezes mais longos.

Por que isso está acontecendo?

De acordo com os pesquisadores, a principal explicação é a ação humana. O aumento das emissões de gases de efeito estufa e de carbono negro (resultante da queima de combustíveis fósseis) aquece a atmosfera e elimina um fator natural que antes ajudava a resfriar o planeta: as partículas de enxofre que refletiam a luz solar.

Segundo os cientistas, apenas cerca de 30% das ondas de calor recentes podem ser atribuídas a causas naturais, como a variabilidade climática. Há 40 anos, esse número era de 80%.

O que isso muda na vida das pessoas

O estudo alerta que a África é um dos lugares mais vulneráveis do planeta às ondas de calor. Isso porque a infraestrutura de adaptação é limitada: falta acesso generalizado a ar-condicionado, hospitais preparados e sistemas de alerta antecipado.

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Na cidade de Kayes, no Mali, por exemplo, os termômetros chegaram a quase 50 °C em abril de 2024. Nessas condições, até atividades básicas se tornam um risco. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas são os mais afetados.

Os impactos vão além da saúde: calor extremo reduz a produtividade agrícola, encarece alimentos, aumenta o consumo de energia e pode até interromper transportes públicos. No limite, explicam os cientistas, o fenômeno pode provocar migração forçada, disputas por recursos e instabilidade social. Embora a África contribua pouco para as emissões de gases de efeito estufa, sofre de forma desproporcional com as consequências.

O grupo agora pretende investigar como o futuro das ondas de calor na África pode variar dependendo do cumprimento das metas do Acordo de Paris. Se os países conseguirem reduzir emissões, o risco pode ser limitado; caso contrário, eventos extremos se tornarão ainda mais comuns e perigosos.

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