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Organismos marinhos digerem microplásticos e ampliam riscos ambientais, aponta estudo

Partículas ingeridas por animais filtradores sofrem alterações químicas, aderem a poluentes, tornam-se atrativas como alimento e afetam a cadeia alimentar

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2025, 19h01 - Publicado em 16 jan 2025, 19h00

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv publicaram um estudo inovador na revista Chemosphere sobre como ascídias — organismos marinhos filtradores — alteram as propriedades de microplásticos ao ingeri-los. Esses organismos não apenas removem os microplásticos da água, mas também os reintroduzem ao ambiente de forma alterada, o que pode ter consequências significativas para os ecossistemas marinhos.

As ascídias filtram grandes volumes de água para se alimentar, ingerindo partículas microscópicas, incluindo microplásticos. No estudo, os cientistas expuseram ascídias da espécie Styela plicata a dois tipos de plásticos: poliestireno (PS), um plástico convencional, e ácido polilático (PLA), um bioplástico biodegradável. Os testes revelaram que, embora ambos os tipos de plástico sejam processados pelo organismo, eles sofrem diferentes transformações durante o processo de filtração e digestão.

Durante esse processo, as partículas de microplásticos passaram por transformações físicas e químicas, como a formação de um revestimento orgânico, que as tornaram indistinguíveis de material biológico para outros organismos marinhos. Além disso, o estudo destacou que o tempo que os plásticos permanecem no trato digestivo das ascídias pode variar conforme o tipo de material, afetando a sua reação com outros compostos no ambiente marinho.

Quais são os impactos dessas alterações?

Após serem ingeridos e excretados, os microplásticos revestidos pelas fezes das ascídias podem se tornar mais atrativos para outros organismos, que os confundem com alimento. Além disso, as alterações na superfície das partículas facilitam a adesão de contaminantes, como metais pesados e resíduos químicos. Esses plásticos modificados podem espalhar poluentes ao longo da cadeia alimentar marinha.

Outro efeito observado foi a alteração na taxa de afundamento das fezes contendo microplásticos. Normalmente, as fezes dos filtradores afundam lentamente, servindo como fonte de nutrientes para outros organismos durante sua descida. No entanto, fezes contendo microplásticos afundam mais rápido, reduzindo sua dispersão e provocando o acúmulo de nutrientes e plásticos no fundo do mar. Esse acúmulo pode desencadear desequilíbrios, como o aumento de algas nocivas. Essa dinâmica também sugere um impacto significativo na capacidade do oceano de reciclar carbono e outros elementos essenciais.

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O que o estudo revela sobre os riscos dos bioplásticos?

Embora o ácido polilático seja promovido como uma alternativa sustentável, o estudo mostrou que ele também pode se fragmentar em partículas menores após a passagem pelo sistema digestivo das ascídias. Apesar de biodegradável em condições industriais, no ambiente marinho ele pode persistir por anos, apresentando riscos semelhantes aos plásticos convencionais. Além disso, as partículas de bioplástico frequentemente interagem com substâncias químicas presentes no oceano, tornando-se potenciais vetores de poluição mais amplos.

Os pesquisadores concluíram que a interação entre microplásticos e organismos filtradores como as ascídias adiciona um nível extra de complexidade à poluição marinha. As implicações desse fenômeno são alarmantes, pois revelam que, mesmo materiais considerados “sustentáveis”, podem contribuir para problemas ambientais significativos.

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