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“Poderemos perder o Pantanal até o fim do século”, diz Marina Silva

Em audiência pública no Senado, a ministra do Meio Ambiente pede marco regulatório para emergências climáticas

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2024, 21h14 - Publicado em 4 set 2024, 16h53
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  • A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi convidada nesta quarta-feira, 4, para prestar esclarecimento sobre as ações do governo em relação às queimadas no Brasil, pela comissão da pasta no Congresso. O país apresentou neste ano 139,3 mil focos de incêndio, o dobro registrado no ano passado. O fogo não dá trégua. Pior, avança pelo Brasil, ao mesmo tempo que incansavelmente consome com ferocidade a Amazônia e o Pantanal, os maiores biomas do país. Ela explicou que se trata de uma convergência de condições, que propiciam a ignição do fogo, tão rapidamente como um fósforo aceso jogado em um palheiro. A Amazônia enfrenta a maior seca dos últimos 40 anos e o Pantanal a pior dos 70 anos de registro.

    “A mudança do clima é um agravante para as queimadas e os incêndios florestais, mas há sobretudo uma visão inadequada de como fazer uso do fogo”, disse Marina. De acordo com a Agência Senado, durante a reunião ela deu como exemplo Corumbá (MS), município que abarca grande parte do Pantanal sul-mato-grossense, onde o grande número de áreas desmatadas respondem por cerca de 50% das queimadas no estado. Se nada for feito para que as condições climáticas mudem, segundo ela, “poderemos perder o Pantanal até o fim do século”. O prognóstico alardeado pela ministra vem de pesquisadores.  Em nenhum desses biomas foram alcançadas as cotas de cheia, nem dos rios nem da planície alagada.  Isso impacta na diminuição da cobertura vegetal, devastada com frequência pelo desmatamento e pelas queimadas. Não há tempo de recuperação e o bioma atinge o chamado ponto de inflexão.

    Situação poderia ser pior

    Marina negou que a pasta do Meio Ambiente tenha sofrido cortes, como foi ventilado, o que poderia ter prejudicado o combate às queimadas. Foi enfática ao dizer que, se o governo não tivesse diminuído o desmatamento da Amazônia, atualmente a situação seria pior. Ela alertou para os 1.942 municípios em estado de emergência climática extrema e defendeu que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática.

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