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São Paulo debate o primeiro plano de resiliência climática

Secretaria do Meio Ambiente do Estado realiza nesta terça audiência pública, mas consultas vão até dia 20 de dezembro

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 nov 2024, 13h51 - Publicado em 12 nov 2024, 13h45

O aquecimento das temperaturas do globo é um fato, mas os eventos extremos ocorridos durante o ano demonstram a emergência atual. Essa semana a discussão ganha nível internacional com a COP29, realizada em Baku. No Brasil, São Paulo saiu na frente com o primeiro plano de adaptação e resiliência climática, coordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), projetado para ser tocado durante dez anos e com perspectiva de implementação no ano que vem. Mas ele ainda não está pronto. Nesta terça-feira, 12, às 14h, acontece a segunda audiência pública presencial.

O evento acontece em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O objetivo é debater um dos sete eixos do plano, o da “biodiversidade”. Os temas são pilares para análises mais profundas, de onde partem a elaboração das ações. A discussão abre espaço para que pesquisadores e a comunidade científica apresentem contribuições e sugestões para o fortalecimento do Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc). A audiência pode ser acompanhada à distância por aqui. A consulta pública pela internet vai até 20 de dezembro.

Leia:

+ https://beta-develop.veja.abril.com.br/agenda-verde/governo-abre-para-sociedade-contribuir-com-o-plano-de-adaptacao-climatica

“Há uma preocupação muito grande em ouvir a sociedade como um todo para avaliarmos os impactos dos eventos extremos em diferentes grupos”, diz a secretária Natália Resende, da Semil, que vai acompanhar a discussão presencialmente. Enquanto os debates avançam, técnicos e a própria secretária possuem uma agenda de visitas a grupos que estão mais expostos às mudanças climáticas, como os moradores das palafitas em São Vicente e os índios Guaranis, do Jaraguá. O objetivo é entender melhor as necessidades para aumentar a resiliência e diminuir perdas e promover a justiça climática.

Na última sexta-feira, 8, a secretária esteve na Terra Indígena Rio Silveiras, localizada entre os municípios de Bertioga e São Sebastião, no litoral paulista. Membros da comunidade relataram as consequências que sofrem. “ Esses encontros fazem parte de uma série de ações previstas para garantir que as populações mais expostas aos impactos climáticos possam contribuir com suas percepções e sugestões, enriquecendo o processo de elaboração do plano”, diz Natália.

 

Conheça os 7 eixos do plano

 

  • Zona costeira: avaliação dos impactos das mudanças climáticas na costa paulista e no oceano relacionados a variáveis geológicas, oceanográficas, climáticas e hidrometeorológicas (eventos extremos).
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  • Segurança hídrica: sobre disponibilidade hídrica, tanto em relação à qualidade quanto à quantidade, para usos múltiplos.

 

  • Biodiversidade: análise do comprometimento de processos, funções e serviços ecossistêmicos, e da conservação de espécies.

 

  • Saúde única: avaliar e promover o bem-estar das pessoas, dos animais e dos ecossistemas.

 

  • Segurança alimentar e nutricional: entender os impactos na produção e qualidade de alimentos (agricultura familiar) e na capacidade dos cidadãos de acessá-los.
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  • Justiça climática: raça, gênero, idade, renda e grupos étnicos na definição e seleção das ações e subações de adaptação e resiliência climática para atender às populações vulnerabilizadas.

 

  • Infraestrutura: sobre a existência ou da ausência das infraestruturas de logística, energia, saneamento, saúde e habitação nos demais eixos, sob a ótica das mudanças climáticas.
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