Obedecer aos conselhos mais ponderados não é exatamente a praia de Jair Bolsonaro. Mas, como anda sentindo na nuca o frio do perigo, o presidente resolveu seguir o que lhe sopraram vozes da moderação no fim da semana passada e desistiu de divulgar a reunião que teve com Sergio Moro e outros ministros no último dia 22 de abril.
Antes do recuo, havia dito que “mostraria” a todos, com o vídeo, a maneira como tratava sua equipe. Queria, mais uma vez, sinalizar sua condição de mandante absoluto.
Foi convencido, no entanto, de que com essa “demonstração” Bolsonaro produziria mais provas contra si além das que já havia produzido no pronunciamento feito horas depois da demissão de Moro, dizendo-se inconformado com a resistência do então ministro da Justiça em fornecer a ele relatórios sobre investigações em curso na Polícia Federal.
ASSINE VEJA
Clique e AssinePois no depoimento prestado sábado, 2, em Curitiba, uma das provas de tentativa de interferência na PF fornecidas por Sergio Moro aos investigadores foi justamente a gravação da tal conversa em que o presidente ameaça demiti-lo caso não cedesse às investidas.