Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Dora Kramer

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Coisas da política. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Patriota do avesso

A pretexto de defender, Bolsonaro só propicia agressões ao Brasil

Por Dora Kramer Atualizado em 4 jun 2024, 15h14 - Publicado em 25 set 2020, 06h00

A menor das preocupações de Jair Bolsonaro é com o humor do mundo. Pouco se lhe dá que o discurso feito na abertura da Assembleia-Geral da ONU tenha sido desconstruído ponto a ponto e, por obra da versão fantasiosa, angariado críticas e descrédito. O presidente está se lixando para a avaliação mundial sobre o governo dele, assim como não liga a mínima para a opinião do público interno que compreende a extensão dos prejuízos causados pela devastação dos nossos recursos naturais e a degradação da imagem do Brasil no exterior.

A maior preocupação de Jair Bolsonaro é com o estado de espírito do brasileiro médio que vota e explicita suas demandas prioritárias em pesquisas como a do Ibope publicada no jornal Estado de S. Paulo no último dia 21. Ali foram listados dezoito itens para que os eleitores paulistanos apontassem suas premências: o meio ambiente ficou com o penúltimo lugar, com índice de 1%, apenas atrás do lazer e cultura, que registraram 0% na escala de interesses dos consultados.

É nesse tipo de cenário (provavelmente replicado país afora) de prioridades relacionadas a saúde, transporte, segurança, emprego, educação e outras carências que o presidente da República concentra suas atenções, convicto de que, assim, fala para o enorme contingente em cuja pauta de urgências não consta a preservação do meio ambiente. Um dado de lamentável realidade ao qual se atém o presidente em detrimento do dever e da necessidade de incutir na população a educação ambiental como fator essencial de sobrevivência.

“O populismo regressivo em vigor deseduca e só nos leva à desordem e ao retrocesso”

Bolsonaro segue dando ao tema o tratamento de supérfluo, como se artigo de luxo fosse, coisa do interesse exclusivo de uma elite desatenta às agruras do cotidiano. Faz parecido em relação à crise sanitária: nega a realidade, transfere culpas e responsabilidade, posiciona-se como vítima dos mal-intencionados, aponta conspirações, exalta qualidades que não tem, celebra feitos inexistentes, abusa, enfim, de raciocínios formulados para produzir ilusão de verdade.

Continua após a publicidade

No pronunciamento à ONU o presidente exibiu essas características todas, exclusivamente concentrado no público que busca ampliar e com o qual pretende se manter identificado a fim de obter mais um mandato. Os críticos, na visão dele, já estão perdidos mesmo e a imagem do Brasil no exterior, ora, essa não faz visagem na urna eletrônica. Portanto, pouco importa.

Fosse Bolsonaro o amante da pátria que apregoa, deveriam importar os prejuízos impostos ao agronegócio (nosso maior ativo econômico), o favorecimento que isso proporciona aos competidores internacionais, o patrocínio do descrédito aos órgãos de fiscalização e monitoramento, a redução dos investimentos, os mais de 15 bilhões de dólares que deixaram o país neste ano, os 87 bilhões de reais de capital estrangeiro retirados da bolsa, num panorama dantesco.

Continua após a publicidade

Atos e palavras do presidente, contudo, desenham o patriota do avesso que, a pretexto de defender, só propicia ataques ao Brasil.

Publicado em VEJA de 30 de setembro de 2020, edição nº 2706

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.