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Brasileiro pode fumar maconha no Uruguai?

Estrangeiros não podem comprar a droga pela lei, mas já existe um mercado cinza

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 set 2018, 16h34 - Publicado em 9 abr 2017, 22h35

Desde 1974, o consumo de drogas no Uruguai em lugares públicos é permitido por lei. Naquele ano, quando o país ainda vivia uma ditadura, um decreto-lei instituiu penas para todos os que produzissem, importassem ou vendessem drogas, mas eximiu de qualquer punição aqueles que fossem pegos com uma quantidade pequena para consumo pessoal.

Ainda assim, poucas pessoas falavam do país como um lugar atraente para fazer uma viagem mais animada naquela época. O interesse só foi despertado quando, em 2013, sob o governo do ex-presidente José Mujica, o governo regularizou a maconha.

Atualmente, existem 38 clubes em que várias pessoas se unem para plantar a maconha e compartilhar a produção. Um total de 6235 cidadãos uruguaios estão autorizados a ter até seis mudas no quintal de suas casas. Na primeira quinzena de julho de 2017, farmácias começarão a vender o produto para consumidores previamente cadastrados. Cada grama custará 1,30 dólares.

A maconha estatal que deverá ser vendida nas drogarias, contudo, não tem gerado muita empolgação. Para não estimular o consumo, o governo selecionou plantas que tinham uma quantidade baixa de THC, o tetra-hidrocanabinol, a substância que proporciona o barato. O projeto governamental também não permite que estrangeiros comprem a droga. Está vetado o turismo alucinógeno.

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Para um brasileiro, o jeito é conhecer um membro de um clube ou alguém que cultiva em casa. “Essas pessoas já produzem drogas muito poderosas, com alto teor de THC e feitas apenas com as flores da planta”, diz o jornalista uruguaio Guillermo Draper, do semanário Búsqueda, que está escrevendo um livro sobre o assunto.

Muitas dessas pessoas começaram a vender a maconha com mais THC para interessados, o que é proibido pela lei. “As autoridades chamam isso de mercado cinza por ser diferente do mercado negro do crime organizado, mas é ilegal do mesmo jeito”, diz Draper.

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Outro fenômeno recente no Uruguai é que a cobiça pelas flores com mais THC suscitou o roubo de flores pouco antes da colheita. Como essa parte da planta é chamada de cogollo, seus ladrões foram batizados de cogolleros.

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