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Por que os cubanos não trocam presentes no Natal?

Desde 1959, o país foi declarado ateu e cubanos perderam os costumes

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 19h06 - Publicado em 26 nov 2016, 10h44

Assim que o grupo de Fidel Castro tomou o controle da Revolução Comunista de 1959, Cuba foi declarada um país ateu. Escolas religiosas foram fechadas, igrejas foram vandalizadas, procissões foram proibidas, padres e freiras foram deportados ou presos.

Assim como outros que estavam na esfera de influência da União Soviética. As religiões eram consideradas o “ópio do povo” e deviam ser eliminadas.

Ao mesmo tempo, todos os feriados religiosos de Cuba foram abolidos. Na maior cara de pau, em 1969, o ditador Fidel Castro eliminou o Natal sob a justificativa de que a festa atrapalhava a colheita de açúcar.

Famílias cristãs, então, tiveram de começar a celebrar o nascimento de Jesus de forma escondida. Se fossem flagrados por um integrante do Comitê de Defesa da Revolução (CDR), poderiam enfrentar duras punições. 

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No lugar das datas religiosas, foram criados feriados para celebrar a ditadura de Fidel e Raúl Castro. São reservados três dias de folga para lembrar do assalto ao Quartel de Moncada, que ocorreu em 1953. A vitória da Revolução Cubana de 1959 é lembrada no dia 1 de janeiro. No dia seguinte, é feriado do dia das Forças Armadas. Há também o Dia dos Trabalhadores e o Dia da Independência.

Somente em 1998, com a visita do papa João  Paulo II para a ilha, o Natal passou a ser reconhecido e ganhou um feriado.

Apesar da empolgação de alguns padres locais, os cubanos perderam muitos dos costumes. Fazem apenas um jantar familiar na noite do dia 24. O cardápio é igual de outros dias, geralmente com carne de porco. E nenhum presente. A pobreza dos cubanos tampouco permitiria um luxo como esse. No dia 25 não há nada especial.

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Árvores de Natal são mais comuns nas embaixadas e nos estabelecimentos para turistas. “Algumas lojas colocam decorações de Natal no início de dezembro, muitas vezes com alguns slogans políticos e imagens de Fidel Castro“, diz o escritor e fotógrafo cubano Orlando Luiz Pardo Lazo, que estuda literatura em Saint Louis, nos Estados Unidos.

Em 2012, o papa Benedito XVI também esteve na ilha. Com isso, a Igreja Católica ganhou mais um feriado, a Páscoa. Contudo, todas as tentativas de recuperar alguma tradição acabam frustradas. Quase sessenta anos após a revolução, a população perdeu a memória dos costumes que existiam antes.

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