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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Quem engana melhor o Brasil: Dilma ou Marina?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h04 - Publicado em 16 set 2014, 19h58

Notas do teatro eleitoral:

1. O PT criou o personagem Pessimildo para fingir que problemas não são do país, mas de quem vê os problemas do país. E por que será que o PT comprou o silêncio dos bandidos? Andava Pessimildo?

2. Lula sempre soube de tudo. E elo entre Mensalão e Petrolão passa por setor elétrico de Dilma. Mas ela não sabe de nada? Então tá.

3. O debate entre candidatos à Presidência da República desta terça-feira, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela TV Aparecida, é para ver quem finge melhor ser cristã(o): Dilma, Marina, Aécio ou a CNBB.

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* Mais a respeito no artigo de Percival Puggina: “Até quando, senhores da CNBB?

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4. Oi, internautas. Eu sou a Marilma. Sou tão cristã, tão cristã, mas tão cristã que defendo plebiscito sobre aborto para não perder os votos dos abortistas.

5. Oi, internautas. Eu sou a Gilma. Sou tão cristã, tão cristã, mas tão cristã que minha opinião sobre o aborto só mudou temporariamente às vésperas das eleições de 2010. Se você entende minha língua, relembre comigo:

– Em sabatina de 4 de outubro de 2007 da Folha: “Olha, eu acho que tem de haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que não haja.”

– Em entrevista de abril de 2009 à revista Marie Claire: “Abortar não é fácil pra mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização.”

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– Em entrevista à revista Isto É de 8 de maio de 2010: Dilma, já candidata a presidente, diz-se a favor de uma legislação “que obrigue a ter tratamento para as pessoas, para não haver risco de vida, igual [àquela que existe] nos países desenvolvidos do mundo inteiro” e também defende atendimento público “para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto”.

– Em debate de 23 de setembro de 2010 promovido pela CNBB — Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: “Eu também tenho uma posição clara em defesa da vida. (…) O aborto é uma violência contra a mulher. Eu, pessoalmente, não sou favorável ao aborto. Como presidente da República, se eleita, eu terei de tratar da questão das milhares de mulheres pobres deste país que usam métodos absolutamente, eu diria assim, bárbaros e que correm, sistematicamente, risco de vida. Elas têm de ser protegidas. E é nesse sentido que eu afirmei sempre que isso é uma questão de saúde pública. Não é uma questão que pode confundir-se com a minha opção por um processo de favorecimento do aborto. Não acho que isso resulte em nenhum benefício para a sociedade. Agora, considero também que a legislação vigente já prevê os casos em que o aborto é factível e eu não sei se acho que seria necessário ampliar esses casos; não vejo muito sentido.”

– Em encontro de 29 de setembro de 2010 com católicos e evangélicos, a quatro dias das eleições: “Eu, pessoalmente, sou contra o aborto. Acho o aborto uma violência contra a mulher. (…) Eu não sou a favor de modificar a legislação.”

Gostaram? Vale lembrar que o Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos, que trazia a proposta da legalização do aborto, ganhou forma final na Casa Civil, da qual eu mesma – Gilma – era a titular; e que depois também sancionei sem vetos o Projeto de Lei Complementar que regulamenta o atendimento, na rede pública de saúde, às mulheres vítimas de violência sexual, bastando para isso alegá-la. Isto para a alegria dos agentes do Foro de São Paulo, em cuja página apareceu a comemoração da deputada federal Jô Morais, do PC do B: “Hoy tuvimos una victoria memorable: la sanción de Dilma al proyecto acerca de la atención a mujeres víctimas de violencia.

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Legal, né?

6. Aécio sobre a suposta “alternativa” Marina: “Eu quero dizer a vocês hoje, de forma muito franca, que está chegando a hora da onda da razão. Nós não vamos substituir o governo do PT por outro tipo de PT. Até porque 80% da trajetória da candidata Marina foi feita dentro do partido e, provavelmente, será com uma parcela importante do PT, se ela vencer as eleições, que ela vai governar.”

Tasso Jereissati: “O que Aécio está dizendo é o que preocupa todo mundo: a Marina não tem estrutura para governar. Não é fácil governar o Brasil sem estrutura política e sem quadros.” “Ela não vai conseguir sair pinçando e destruindo os partidos. Porque se fizer isso, acaba com a estrutura partidária. A lógica que ela quer pode ser aplicada em cima de um projeto. Mas, fazendo uma misturada geral, tirando de um ou de outro, ela vai destruir o Parlamento. Isso é perigosíssimo e nós sabemos no que dá.”

7. Dilma, a mesma que há décadas finge ter lutado pela democracia na época do regime militar, e que em abril mesmo havia dito “Lutamos para tornar este país um país democrático”, como quem tenta tirar uma casquinha da luta alheia, confessou em seu próprio programa eleitoral:

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 “Eu achava que a revolução socialista dependia de eu militar 24 horas por dia.”

Faltou completar: Hoje sei que basta assinar um decreto.

8. Candidata do PSTU ao Senado defende luta armada, fim do Senado (acredite) e confisco de empresas. O PSTU, como o PSOL, existe para fazer o PT parecer moderado. E eles são testas-de-ferro tão bons que a “moderação” no Brasil já é quase de extrema esquerda.

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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