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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Temer conta com ex-advogado de campanha de Dilma no TSE

Felipe Moura Brasil relembra decisões de Admar Gonzaga em favor da chapa

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 4 jun 2024, 18h09 - Publicado em 28 mar 2017, 19h44

O plano para melar a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral está em pleno vigor.

Ele inclui manobras – com a colaboração do presidente da Corte, Gilmar Mendes – para adiar a definição da data do julgamento até depois do dia 16 de abril, quando acaba o mandato do ministro Henrique Neves.

O escolhido por Michel Temer para assumir a vaga deverá ser Admar Gonzaga, primeiro da lista tríplice definida pelo Supremo Tribunal Federal em 23 de fevereiro e enviada ao presidente.

Nos bastidores, os defensores de Temer já decidiram que Gonzaga será o ministro a pedir vista, interrompendo o processo.

Este blog relembra quem é Gonzaga: advogado da campanha de 2010 de Dilma Rousseff, responsável pela defesa da petista em longas sessões no TSE.

Em 12 de junho de 2013, quando o Brasil se distraía com o Dia dos Namorados, Dilma o nomeou ministro-substituto no tribunal, onde também já efetivara, em fevereiro daquele ano, Luciana Lóssio, outra advogada da mesma campanha.

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Tudo foi preparado para que a chapa Dilma-Temer não tivesse problemas jurídicos nas eleições de 2014. A função de Gonzaga era julgar os pedidos de direito de resposta dos candidatos na TV, no rádio e na internet.

Deu certo.

Quando a revista VEJA divulgou, às vésperas da votação, o conteúdo do depoimento à Polícia Federal do doleiro Alberto Youssef, segundo o qual Dilma e Lula sabiam de tudo do petrolão, foi Admar Gonzaga quem obrigou o site da revista a conceder à petista o direito de resposta à reportagem.

Pior: ainda obrigou o site a aumentar o tamanho da chamada na home – a página principal.

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Com a quebra dos sigilos dos depoimentos da Operação Lava Jato em março de 2015, VEJA mostrou no artigo “Verdades inconvenientes” que estava certa quanto ao conteúdo do depoimento de Youssef.

Dilma, no entanto, já estava reeleita. Temer já era vice-presidente. Gonzaga havia feito a sua parte.

(Também foi dele, em abril de 2015, o único voto contrário à multa irrisória de 30 mil reais aplicada pelo TSE à Coligação Com a Força do Povo, pela qual Dilma se reelegeu, por uso irregular de propaganda eleitoral por meio do site Muda Mais.)

Agora que Marcelo Odebrecht confirmou ao relator Herman Benjamin que Dilma sabia de tudo sobre as doações milionárias via caixa dois para a sua campanha de reeleição, Gonzaga é novamente acionado para o trabalho de contenção de danos à chapa.

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O trabalho extraordinário de Benjamin na coleta de depoimentos que revelou o maior furto eleitoral da história do país tende a ser jogado no lixo.

O que seria, afinal, um pedido de vista para quem concede “direito de resposta” à verdade? Nada.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://beta-develop.veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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