A bomba pandêmica da América do Sul
São da América do Sul nove entre dez países com maior mortalidade. Brasil, com 500 mil mortes e sem vacina suficiente, virou ameaça biológica regional
Com mais de 500 mil mortes e 18 milhões de casos confirmados de Covid-19, o Brasil passou a ser percebido como a bomba biológica sul-americana.
Três meses atrás, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, avisou: “Se o Brasil não leva a pandemia a sério, seguirá afetando a toda vizinhança e mais além.”
O alerta tem sido repetido por especialistas em segurança sanitária, dentro e fora do país. Denise Garrett, vice-presidente de Epidemiologia Aplicada do Instituto de Vacinas Sabin, de Washington, foi das mais incisivas sobre o avanço da Covid-19 no Brasil: “O país que não controla [o vírus] é um risco para os outros países, já que é um criadouro de novas variantes”.
São sul-americanas nove entre dez nações com maior taxa de mortalidade na pandemia, quando medida em relação à população.
Sem vacina suficiente para 212 milhões de pessoas, mas com um estoque governamental de cloroquina capaz de atender o consumo interno por três décadas, o Brasil de Jair Bolsonaro virou ameaça pandêmica regional.