Lista de vacinados da prefeitura de Manaus tem nomes repetidos
Em ofício encaminhado ao TCE-AM, obtido por VEJA, Secretaria Municipal de Saúde afirma que listagem é parcial e que informações são inseridas manualmente
A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus enviou uma lista parcial com os nomes dos vacinados contra a Covid-19 ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), que solicitou as informações depois que denúncias de que pessoas teriam furado fila correram as redes sociais. VEJA teve acesso à listagem e verificou que há quatro nomes que aparecem repetidos, com CPFs diferentes, e duas situações em que, ao invés do nome do vacinado, aparece escrito “Informe o CNS do cidadão caso o CNS não seja”. Os nomes repetidos são da mesma unidade hospitalar e aparecem, na maioria das vezes, com a mesma função, o que indica não se tratar de homônimos.
VEJA entrou em contato com a prefeitura, que não respondeu aos questionamentos da reportagem. No ofício, a prefeitura informa ao TCE que 5.257 pessoas foram vacinadas pela secretaria municipal de saúde, até o dia 20, e que já foram inseridas no sistema as informações de 3.608 imunizados. A prefeitura diz que as informações estão sendo inseridas manualmente em um sistema próprio.
“(…) nossa área de Tecnologia da Informação desenvolveu umsistema próprio que alcança os dados acima, e que se alinham às demandas do Tribunal deContas do Estado do Amazonas – TCE/AM, cujas informações dos vacinados estão sendoregistradas manualmente e também inseridas manualmente, neste sistema própriodesenvolvido pela SEMSA, pois como informado, o sistema do MS não gera relatórios comessas informações e ainda não está ativo ou regular”, diz a secretaria no ofício.
A Pasta informa que, quando os registros forem complementados, os nomes serão incorporados à listagem. Como a lista está incompleta, profissionais que foram vacinados não encontraram seus nomes na lista, o que criou celeuma em alguns grupos de WhatsApp de profissionais da saúde.
A vacinação foi suspensa no dia 21, depois que duas médicas de uma tradicional família de Manaus e o filho de um ex-deputado, recém-formados e recém-nomeados, foram imunizados antes de profissionais que atuam em hospitais de situação mais caótica. A paralisação foi, segundo nota do governo do estado, “para uma reformulação da campanha nas unidades de saúde”. As doses de vacina disponibilizadas nessa primeira fase pelo Ministério da Saúde atende a 34% dos profissionais da área de Saúde no estado.