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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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As novas derrotas de Bolsonaro

Na economia e na política, o saldo do 7 de setembro foi extremamente negativo para o presidente

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 set 2021, 14h23 - Publicado em 12 set 2021, 10h34

Na economia a semana do 7 de setembro não foi boa para o presidente. A bolsa caiu muito no dia oito e, depois da nota divulgada por Jair Bolsonaro com orientação do ex-presidente Michel Temer, diminuiu as perdas. Mesmo assim terminou a semana com uma queda de -2,3%. O dólar subiu forte na quarta e também cedeu após a Carta, mas fechou a semana com uma alta de 1,04% em relação ao real.

O susto que o mercado tomou com relação ao radicalismo dos discursos do presidente, que ameaçou não cumprir decisões judiciais se viessem do ministro Alexandre de Moraes, não foi totalmente dissipado. É aquilo. Melhorou um pouquinho, mas terminou negativo.

Isso tudo numa semana em que piorou um indicador chave para definir a popularidade dos governos. O número da inflação de agosto, 0,87%, foi o maior para o mês de agosto em 21 anos e a inflação acumulada em 12 meses está no incrível nível de 9,68%. Isso aumentou o pessimismo dos economistas com a inflação, ela está mais persistente do que se previa.

Na política a semana do 7 de setembro, planejada para ser um tempo de fortalecimento da liderança do presidente, terminou também com perdas. O risco de impeachment ficou maior e isso é que levou o presidente a recuar.

A Carta à Nação de Bolsonaro foi vista com ceticismo pelos que não são seus seguidores. Já bolsonaristas raiz, que foram para rua, ficaram decepcionados. Numa operação de contenção de danos, o governo mobilizou toda a tropa – filhos, os generais Augusto Heleno e Luis Eduardo Ramos, e outros, para fazer postagens falando para esse grupo ter calma e confiar no capitão.

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O intuito é reverter esse sentimento de decepção e dizer que há uma estratégia. A carta de Temer ajudou a dar mais prazos para quem não quer o impeachment, como Arthur Lira, por outro lado mostrou um presidente fraco, que pede socorro ao ex-presidente do país para tentar sair da confusão que ele mesmo criou.

O resumo da história é que o presidente trabalhou muito por essa semana, investindo meses na preparação do ato de 7 de setembro. O que ele esperava é não estar agora numa operação de redução de danos, e sim exibindo força política por levar pessoas para rua e intimidar outros poderes. Só que não. Na economia e na política o presidente teve perdas e fechou com saldo negativo.

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