Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Contaminação na corrida eleitoral

A Covid-19 engoliu 2020 e acelerou a disputa pela Presidência

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 14h44 - Publicado em 30 abr 2020, 19h51

Todos os eventos capitais, como a pandemia que enfrentamos, terminam gerando algum tipo de consequência que afeta a dinâmica política. A Covid-19 já causa efeitos políticos importantes. Por exemplo, o acirramento das disputas federalistas entre o governo central e os estados. Mas não é só isso. Provoca também a radical mudança na política econômica, o que desgasta a relação do Legislativo com a equipe econômica. E, no campo prático, as votações on-­line realizadas por parlamentares com o uso de aplicativos.

Mas que outras repercussões políticas devem ocorrer? Nas eleições municipais deste ano vetores relevantes de influência serão o combate à pandemia na esfera municipal e, também, a sensação térmica quanto ao meio ambiente econômico. Ou seja, os eleitores estarão com um olho no município e o outro na conjuntura.

Para as eleições de 2022, a questão se mostra mais complexa ainda, pois não existirão temas municipais mediando a agenda nacional. Provavelmente teremos uma eleição cujo vetor principal será a qualidade da saída da crise econômica gerada pela pandemia.

“O ano está economicamente perdido, e o governo terá de acelerar suas ações para ser competitivo”

Sabendo disso, alguns potenciais competidores se movimentam. Os embates políticos em torno do combate à pandemia já revelam motivações eleitorais. Até mesmo a renúncia de Sergio Moro ao Ministério da Justiça mostra um movimento eleitoral. No limite, a pandemia engoliu 2020 e acelerou a corrida presidencial. Como o eixo central da política é a Presidência da República, as eleições presidenciais de 2022 podem estar sendo decididas com base nas medidas tomadas agora por Jair Bolsonaro. Tal reflexão nos leva a algumas conclusões: o ano está economicamente perdido, e, por causa disso, o governo terá de acelerar suas ações para se manter competitivo em uma eventual tentativa de reeleição. Tanto no campo político, com a ampliação de sua base de sustentação, quanto no campo econômico, gerando crescimento e evitando uma recessão.

Continua após a publicidade

Ainda no meio da pandemia, o governo Bolsonaro ganhou popularidade entre setores de baixa renda em decorrência de suas iniciativas, compensando, de início, o desgaste com a renúncia de Sergio Moro. Mas a corrida está apenas começando. É um cenário complexo que indica duas relevantes mudanças de rumo: a construção de uma base de sustentação com figuras e partidos que integram o que o presidente chama de “velha política” e a adoção de iniciativas anticíclicas que devem ser postas em prática para evitar a estagnação da economia.

Com uma base política consistente, Bolsonaro evitaria as armadilhas dos pedidos de impeachment e minimizaria as pautas-bomba de cunho fiscal. Com a economia voltando a funcionar, poderia manter-se popular. São desafios que demandam capacidade de planejamento e de implementação muito sofisticada, além de uma melhora substancial na comunicação do governo.

A superação ou não desses obstáculos pode definir o cenário eleitoral para 2022. Apesar das dúvidas e do tempo que falta para as eleições, a disputa já está em curso e todos que pretendem concorrer sabem disso.

Publicado em VEJA de 6 de maio de 2020, edição nº 2685

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.