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Corte de imposto sobre diesel não foi combinado com Ministério da Economia

Diagnóstico da pasta é que a crise não está na Petrobras, mas no rombo fiscal criado pela medida

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h32 - Publicado em 19 fev 2021, 10h38

O mercado financeiro vê crise na Petrobras, após Jair Bolsonaro dizer que Roberto Castello Branco sofrerá consequências por ter tirado o corpo fora na relação com os caminhoneiros. Contudo, dentro do Ministério da Economia, a crise é outra: o Pis/Cofins sobre o diesel e o gás de cozinha.

A redução que Bolsonaro anunciou — impostos federais zerados permanentemente sobre o gás e por dois meses sobre o diesel — custa quase 3 bilhões de reais por mês e não foi combinada com a pasta de Paulo Guedes, disse uma pessoa muito próxima do ministro ao Radar Econômico. Parece pouco, mas este é o orçamento do Bolsa Família para 2021. E o presidente faz isso justamente num momento em que o Ministério busca uma solução para pagar 30 bilhões de reais para o auxílio emergencial.

É fato que o Ministério buscava uma solução para reduzir os dois impostos federais, conforme Bolsonaro havia prometido aos caminhoneiros como forma de debelar o movimento grevista do início do mês. Contudo, o aumento de combustível anunciado pela Petrobras, nesta quinta-feira, fez a categoria voltar a pressionar o governo — em um tom fora do comum — e assustou o presidente. Assim, Bolsonaro anunciou um projeto vazio, que não está concluído.

Na outra ponta da crise, a midiática, que envolve o presidente da Petrobras, o diagnóstico é de que como Bolsonaro já deu cartão vermelho para outros membros da equipe econômica e que depois ficou por isso mesmo. As mais evidentes envolveram Waldery Rodrigues, secretário da Fazenda, e André Brandão, presidente do Banco do Brasil. A diferença, disse esse assessor próximo de Guedes, é que Castello Branco é muito mais cabeça dura do que os colegas e isso pode atrapalhar sua recondução, prevista para a próxima terça-feira, 2.

Por outro lado, a frase que deflagrou a crise, de que a Petrobras nenhuma relação tem com a greve dos caminhoneiros — a qual ninguém ouviu —, foi desmentida pelo presidente da Petrobras. Ele pode ter sido alvo de fake news e Bolsonaro caiu nela como uma “tia do zap”.

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No frigir dos ovos, onde parece haver crise, não deveria haver. Pois ela continua onde sempre esteve, no buraco orçamentário que só aumenta e que ainda se apresenta sem solução, conforme o Congresso continua a empurrar com a barriga a aprovação do orçamento para 2021.

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