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Gleisi e Macêdo criticam ‘mentiras e intrigas’ após viagem para Carnaval

Chefe da Secretaria-geral da Presidência disse reservadamente a um ministro que havia digitais da petista no episódio

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 16h15 - Publicado em 20 jan 2024, 21h43

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, classificaram de “mentiras e intrigas” informações que atribuem à dirigente partidária uma espécie de papel de mentoria na divulgação de que três assessores do ministro viajaram com passagens e diárias pagas com dinheiro público para um carnaval fora de época em Aracaju. Reportagem de VEJA que chega às bancas e plataformas digitais neste fim de semana mostra que um ministro disse ter ouvido do próprio Macêdo a avaliação de que havia digitais de Gleisi no desgaste que sofreu.

Homem de confiança do presidente Lula, Márcio Macêdo apareceu em pelo menos 40 fotos nas redes sociais dançando música baiana, abraçando populares e tirando foto com foliões em um carnaval fora de época em Aracaju, em novembro passado. Três de seus assessores também estavam na cidade a pretexto de cumprir compromissos com uma associação civil que trabalha em programas de combate às drogas e defesa dos direitos humanos, mas a agenda pública não existia.

O episódio levou o ministro a se explicar. Ele disse ter custeado do próprio bolso o deslocamento a seu reduto eleitoral, afirmou que não autorizou ninguém a usar dinheiro público para ir ao evento e comunicou a abertura de uma sindicância para apurar responsabilidades. O Tribunal de Contas da União (TCU) também vai se debruçar sobre o caso.

Embora os ofícios que registram os deslocamentos destacarem expressamente que o aval para a viagem dos assessores ocorria “de ordem do ministro”, ele argumenta que nunca autorizou a ida dos funcionários a Aracaju e diz que, como pagou do próprio bolso sua presença no carnaval fora de época, vinculá-lo ao erro dos subordinados só poderia ter explicação no fato de a presidente do PT supostamente ter interesse no seu cargo.

Um ministro ouvido por VEJA disse que Macêdo atribuiu a uma antiga assessora, que é ligada a Gleisi e a quem tinha exonerado em novembro passado, a divulgação do episódio para a imprensa e o alerta do caso ao TCU. Ao mesmo interlocutor também afirmou suspeitar que sua ex-secretária-executiva, a ex-presidente da Caixa Maria Fernanda Ramos Coelho, tenha espalhado a versão de que se recusou a endossar a viagem dos assessores como forma de vingança por ter sido comunicada, tempos antes, que perderia o posto. Oficialmente, a ex-assessora trocou a Secretaria-geral pelo Ministério da Gestão, e a ex-número dois pediu exoneração por motivos pessoais.

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Em nota a VEJA, Gleisi e Macêdo afirmam que “repudiam versões mentirosas e maliciosas sobre a divulgação do episódio, difundidas sob covarde anonimato, que tentam intrigar a deputada e o ministro em disputas que jamais existiram” e dizem que não há desentendimento entre eles.

“Gleisi Hoffmann reitera que tem um mandato a cumprir na presidência do PT até 2025 e Márcio Macedo reitera a lealdade e o apoio que dela tem recebido no comando da Secretaria Geral, especialmente na interlocução com os movimentos sociais. Desleal e pusilânime será quem, por interesses inconfessáveis, espalhar ou seguir espalhando anonimamente mentiras e intrigas que, estas sim, geram desgaste”, completaram eles.

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