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Eduardo culpa partido chinês por coronavírus e leva resposta dura da China

Embaixada chinesa disse que o filho do presidente, 'ao voltar de Miami, contraiu vírus mental'; Rodrigo Maia pediu desculpas aos chineses em nome da Câmara

Por Mariana Muniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2020, 09h32 - Publicado em 18 mar 2020, 22h41

Dizem que diplomatas em outros países fazem de tudo para não entrarem em confusões com agentes do governo local. Não é o caso da Embaixada da China no Brasil.

Na noite desta quarta, o perfil do escritório diplomático chinês foi para cima de Eduardo Bolsonaro depois que o filho do presidente decidiu usar seus conhecimentos de política internacional para alimentar uma conspiração a respeito de uma suposta responsabilidade do Partido Comunista Chinês com a crise do coronavírus.

“A culpa pela pandemia de coronavírus no mundo tem nome e sobrenome. É do Partido Comunista Chinês”, escreveu Eduardo nas redes, por volta de 20h.

Foi aí que a embaixada chinesa entrou em campo. “As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”, postou a embaixada para, em seguida — no melhor estilo “sabe com quem está falando?” –, ameaçar.

“Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo. Aconselhamos que não corra para ser o porta-voz dos EUA no Brasil, sob a pena de tropeçar feio”, seguiu a diplomacia chinesa.

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A coisa ficou feia. Humilhado, o deputado tem agora dois caminhos. Ignorar o sermão chinês ou correr ao pai reclamar do atrevimento dos diplomatas chineses.

É certo que o embaixador não partiu para cima de um dos pupilos de Jair Bolsonaro sem antes ter recebido aval do governo chinês. É certo também que o recado não foi endereçado apenas ao filho. O pai também já havia flertado com a paranoia do plano comunista de contaminar o mundo para lucrar.

Fato é que o embaixador Yang Wanming não teme sofrer retaliações do governo por sua dura reação. “As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial”, escreveu o diplomata copiando Ernesto Araújo e Rodrigo Maia.

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Já no início da madrugada, o presidente da Câmara respondeu ao embaixador também pelas redes sociais: “Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador Yang Wanming pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro”, escreveu. “A atitude não condiz com a importância da parceria estratégica Brasil-China e com os ritos da diplomacia. Em nome de meus colegas, reitero os laços de fraternidade entre nossos dois países. Torço para que, em breve, possamos sair da atual crise ainda mais fortes”, completou Maia.

A quinta-feira promete.

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