PGR pede ao STF para interrogar ministros do Planalto citados por Moro
Deputada Carla Zambelli também está na lista, que tem Braga Netto, Ramos, Heleno, além do ex-diretor Maurício Valeixo e superintendentes da PF -- veja nomes
O procurador-geral da República, Augusto Aras, acaba de tomar as primeiras medidas concretas para investigar a declarações de Sergio Moro no depoimento prestado no fim de semana na Polícia Federal.
Em um ofício de três páginas, Aras pede ao Supremo Tribunal Federal para interrogar o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o ministro do GSI, Augusto Heleno e o ministro Walter Braga Netto, da Casa Civil. Como revelam os repórteres Aguirre Talento e Bela Megale nesta segunda, o trio foi citado por Sergio Moro, no depoimento, como testemunhas das interferências do presidente na Polícia Federal.
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Clique e AssineAras ainda pede o interrogatório da deputada Carla Zambelli, que barganhou uma vaga no Supremo em troca da nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da PF. A lista ainda inclui o ex-diretor Maurício Leite Valeixo e os delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e o próprio amigo da família Bolsonaro, Alexandre Ramagem Rodrigues.
Todos falarão sobre as denúncias de Moro “acerca de eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.
“Quanto ao depoimento das autoridades com prerrogativa de serem ouvidas em local, dia e hora previamente ajustados entre elas e o juiz (art. 221 CPP), sugere-se a fixação de datas dentro de um prazo de 5 dias úteis da intimação, com prévia comunicação desta Procuradoria-Geral da República para acompanhamento das diligências”, registra Aras no pedido.
O PGR também solicita, como diligência, o envio de eventual documento com pedido de exoneração de Maurício Valeixo encaminhado a Bolsonaro, além dos comprovantes de autoria e integridade das assinaturas digitais do decreto publicado no Diário Oficial com sua demissão, no último dia 23.
Por fim, o procurador-geral da República solicitou a elaboração, observada a cadeia de custódia, de um laudo pericial a partir dos dados contidos no aparelho de telefonia celular de Moro, assim como de relatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos nele armazenados.