Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Problemas por todos os lados

Terminado o furdunço, como fica? Para onde vai isso?

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h11 - Publicado em 2 abr 2021, 06h00

Bolsonaro demitiu três ministros, admitiu dois, promoveu uma dança das cadeiras e os comandantes das Forças Armadas foram embora. Um terremoto. Mas, terminado o furdunço, como fica? Para onde vai isso?

As Forças Armadas não vão se submeter à vontade do presidente: pelo contrário, os atos recentes do presidente reduziram ainda mais seu respaldo nos Altos-Comandos. O Congresso não vai se satisfazer com a demissão de Ernesto Araújo: como a política externa continuará sendo determinada por Eduardo Bolsonaro e Filipe Martins, e Ricardo Salles é um entrave no relacionamento com outros países, a pressão voltará.

O Centrão não vai se satisfazer com a nomeação de Flávia Arruda para a Secretaria de Governo. Ao contrário: Flávia é uma porta escancarada para o insaciável apetite do grupo, que fará uma exigência atrás da outra, comprometendo o (já inexistente) equilíbrio fiscal. Se Bolsonaro resistir, Arthur Lira lhe mostrará a carta do impeachment.

A pandemia só vai melhorar de verdade quando houver vacinação em massa, o que não ocorrerá nos próximos meses, e Bolsonaro vai continuar sabotando o isolamento social. Um cenário de 5 000 mortes por dia com um total de mais de 400 000 é perfeitamente plausível.

A economia continuará em crise, com desemprego alto, inflação, juros subindo, e se esse orçamento fora da realidade for mantido, há risco de shutdown do governo (caso em que não haveria dinheiro sequer para botar vacina em avião). A pressão internacional por causa da pandemia e do meio ambiente está se elevando, e sanções econômicas não estão descartadas.

Continua após a publicidade

“A média de Bolsonaro é de uma crise institucional a cada nove meses. Faltam 21 para o fim do mandato”

Há problemas por todos os lados, mas o maior de todos reside em um dilema irreconciliável na pessoa do próprio presidente. De um lado, a militância (que está no coração de sua propaganda e de sua popularidade) exige que ele rompa com o que ela chama de “sistema”; do outro, a governabilidade exige que se entenda com o “sistema”, senão não consegue governar e cai.

Uma pessoa normal daria prioridade a se manter no poder, mas não é por acaso que o presidente tem a militância que tem. Bolsonaro é naturalmente destrutivo e, como uma criança, não aceita ser contrariado: sempre que cede à governabilidade (na demissão de Araújo, por exemplo), sente a necessidade de fazer algo radical para demonstrar que é ele quem manda (daí a demissão do ministro da Defesa). Seu comportamento ciclotímico sabota a si mesmo, imobiliza e inviabiliza seu governo, gera crises institucionais.

Continua após a publicidade

Bolsonaro teve a primeira crise séria com o Congresso no início do governo e outra em maio passado, quando bateu de frente com o Supremo e quis dar um golpe militar, mas não conseguiu. Agora, brigou de novo com o Congresso, e teria dado um golpe se pudesse.

Bolsonaro não conta com o apoio da maior parte da sociedade, da imprensa, do Supremo, da maioria do Congresso, dos grandes empresários, dos banqueiros, dos militares ou de países estrangeiros. Só o Centrão ainda o sustenta — a um custo altíssimo, que tende a se tornar impagável. Não é certo que Bolsonaro sobreviva a uma nova crise institucional.

A média de Bolsonaro é de uma crise institucional a cada nove meses.

Continua após a publicidade

Faltam 21 meses para o fim do mandato.

Publicado em VEJA de 7 de abril de 2021, edição nº 2732

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.