Cecil, um leão na paz e no combate
A estúpida morte de Cecil (foto), animal que era considerado um símbolo do Zimbábue, pelas mãos de um dentista americano, revelada terça-feira, faz de “leão” a Palavra da Semana. Vocábulo existente em português desde o século XIII, “leão” é um dos muitos descendentes do latim clássico leo, leonis, que deu em diversos vocábulos semelhantes em […]
A estúpida morte de Cecil (foto), animal que era considerado um símbolo do Zimbábue, pelas mãos de um dentista americano, revelada terça-feira, faz de “leão” a Palavra da Semana.
Vocábulo existente em português desde o século XIII, “leão” é um dos muitos descendentes do latim clássico leo, leonis, que deu em diversos vocábulos semelhantes em praticamente todos os idiomas ocidentais.
O latim havia ido buscar o termo no grego leon, que por sua vez tinha raízes profundas e não indo-europeias, “talvez semíticas”, segundo o dicionário etimológico de Douglas Harper.
A associação do leão com nobreza e bravura é provavelmente tão antiga quanto a própria raiz da palavra. O dicionário latino Saraiva registra a velha e ainda atual acepção figurada de “homem ousado, animoso, corajoso”.
Registra também um curioso ditado – crítica mordaz àquela “coragem” fácil que domina quem não corre risco algum, como o caçador americano diante de Cecil – que, pelo que sei, nunca se transferiu para o repertório fraseológico da língua portuguesa: In pace leones, in proelia cervi. Ou seja: “Leões na paz, veados no combate”.