Entenda a Síndrome de Asperger pelos olhos de um garotinho
Com quase 8 milhões de visualizações, depoimento de Federico Villegas explica como é ser uma criança portadora do transtorno neurobiológico
Federico García Villegas é um garoto colombiano de 8 anos, morador da província de Cali que, através de um vídeo reproduzido mais de 7,6 milhões de vezes no Facebook, explicou o que é ter a Síndrome de Asperger.
‘’A primeira coisa que vocês têm que saber é que não é uma enfermidade e por isso não se busca a cura. É uma condição que existe desde a minha concepção, que é parte de mim e continuará sendo por toda a minha vida’’, esclarece no início do vídeo.
A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico que afeta a forma como as pessoas interagem com as demais. Resultante de uma alteração genética, trata-se de um Transtorno de Espectro Autista (TEA) que, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), da Associação Americana de Psiquiatria, ”caracteriza-se como um déficit persistente na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia”.
”Não sou louco, nem freak, nem esquisito. Minha maneira de perceber as coisas é diferente. Posso parecer diferente, mas sou uma criança como qualquer outra, com sonhos, ilusões”, conta. ”Só quero que me conheçam, me entendam e me ajudem a me encaixar na comunidade”, explica.
Para Federico, ele tem dificuldades para compreender a linguagem não-verbal, mas tem os sentidos muito aguçados. ”Se quiser que eu saiba algo, use palavras”, pede na publicação. A dificuldade na compreensão da linguagem corporal, inclusive, é uma das características mais marcantes da Síndrome de Asperger.
Segundo a mãe de Federico, Andrea Villegas, o vídeo foi compartilhado no Facebook e no YouTube, para que os colegas de classe do garoto pudessem entender o que é ser portador da Síndrome. A publicação foi muito além e já tem mais de 70 mil reações. ”Tentei dizer a ele que foi ouvido por mais pessoas do que o total de habitantes de nossa cidade [Cali] e lhe mostrei algumas mensagens, mas não tenho certeza se entendeu a magnitude do que conseguiu”, diz a mãe, ao El País.