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#VirouViral

Por Duda Monteiro de Barros Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Como surgem e se espalham os assuntos mais comentados da internet

Este cearense está fazendo sucesso com relato de Paris no calor

A postagem foi vista por 1,7 milhão de pessoas e possui 33.000 reações no Facebook

Por Marina Rappa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h52 - Publicado em 21 jun 2017, 21h57

Fotos na frente da torre mais famosa do mundo, pedidos de casamento e passeios românticos dão o título de lugar dos sonhos a Paris. Não à toa, muitos brasileiros passam férias ou até vão de “mala e cuia” para a capital francesa. Max Petterson Monteiro é um deles: saiu de Farias Brito, no Ceará, e mora há três anos em Paris, onde estuda teatro.

Nesta semana, o ator resolveu tirar um pouco do ‘glamour’ da cidade luz. Em um vídeo bem-humorado em seu perfil no Facebook, Max fala sobre o calorão que tem passado em Paris – e as consequências disso no, digamos, “cheiro” da metrópole.

“Gente, eu vou aproveitar esse vídeo para dar um conselho para você que quer vir para a Europa, quer vir para a França, Paris no mês de junho, julho e agosto: não venha. Venha não porque é um calor da moléstia. É um negócio para lhe matar, para lhe esturricar. A não ser que você seja como Joana d’Arc e ache bom morrer queimada”, diz ele no vídeo.

A postagem foi vista por 1,7 milhão de pessoas e possui 33.000 reações no Facebook.

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“Minha gente, não é humano. Você sai na rua e as coisas não são preparadas para o calor. É umas coisas de pedra, calcário, as ruas são quentes, os ônibus não abrem a janela. Quando você chega em um lugar que tem ar-condicionado o povo todo está concentrado, mas o povo concentrado aqui fede. Aí fica uma concentração de catinga. Uma catinga refrigeralizada.”

O assunto “banho” e “franceses” parece estar em alta no Brasil. A atriz Thaila Ayala recentemente falou sobre o assunto em suas redes sociais e causou um rebuliço entre os seus seguidores. Um estudo divulgado em 2014, feito pela consultoria de análise de tendências Euromonitor, falava sobre o hábito de banhar-se ao redor do mundo. A pesquisa revela que, para nós aqui no Brasil, o banho é realmente algo muito sério: podemos cantar no chuveiro até 12 vezes por semana. Isso explica o motivo pelo qual achamos muito esquisito locais como a França, em que a média é de apenas um banho diário – e estranhamos mais ainda locais como a China, em que só se toma um banho a cada dois dias.

Mesmo que nos pareça muito higiênico tomar banhos e mais banhos, a ciência diz que este hábito não é lá muito saudável. Pesquisadores do Centro de Ciência Genética da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, concluíram que o excesso de limpeza pode danificar o microbioma humano – uma coleção de bactérias, vírus e outros micróbios que vivem em nosso corpo e são essenciais para a manutenção de nossa saúde. O estudo sugere que “perturbar nossos ecossistemas microbianos pode causar doenças que podem afetar nosso sistema imunológico, digestivo e cardíaco”.

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A pessoa por trás do viral

“Eu gravo esses vídeos todos os dias. Como moro longe dos meus familiares, acabo enviando áudios ou vídeos como esse pelo WhatsApp. Dessa vez eu acabei postando no Facebook. Mas era para ser um vídeo para minha mãe. Esse sou eu mesmo, não é nenhum personagem. Na vida real eu falo assim”, afirma Max ao #VirouViral.

“Em momento algum imaginei toda essa repercussão. De qualquer forma, agradeço que isso tenha acontecido. É bom saber que tem um milhão de pessoas rindo comigo e que eu posso realmente fazer as pessoas rirem. Amigos e até pessoas que não conheço estão me mandando mensagens dizendo que estão se sentindo melhor depois de verem meu vídeo. É muito amor enviado para mim. Para quem está tão longe do Brasil, como eu, é ótimo saber que, mesmo com a distância, estou tão perto”, diz.

Mas como este cearense foi parar na França?

“Tinha um professor de teatro que me dava aulas no Brasil. Devido a problemas de greves e outras coisas na minha faculdade, eu quis mudar. Eu enviava e-mails para a USP e para a UniRio, mas ninguém me respondia. Um dia, esse professor me perguntou: ‘Por que você não vai para a França?’. Mas eu nem sabia falar francês, era uma loucura. Ele foi me incentivando até que eu finalmente tentei a sorte. Usando o Google Tradutor consegui mandar um e-mail para uma universidade francesa e eles me responderam na hora. Foi assim que Paris começou a ser meu sonho”, conta Max.

“Fui para a França sem bolsa. Com a cara e a coragem. Fiz uma campanha no Cariri para conseguir o dinheiro da passagem. Eu pedia um real para cada amigo meu no Facebook. Eu tinha três mil amigos. Na época, meu pedido se tornou viral e eu consegui o dinheiro, mas quando cheguei em Paris, não tinha onde dormir. Acabei indo para um hotel. No começo, passei por maus bocados: eu limpava banheiros e escritórios para conseguir a grana. Hoje, depois de três anos, sou conselheiro de moda em uma grife americana aqui em Paris. Tenho uma vida estável, alugo uma casa e consigo estudar teatro. Agradeço por todas as oportunidades que a vida me deu.”

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