O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por abuso sexual de pacientes, teve a prisão domiciliar revogada pela Justiça de São Paulo nesta terça-feira, 13. Ele havia conquistado o direito de cumprir a pena em sua casa, no bairro do Jardins, na zona oeste de São Paulo, em fevereiro do ano passado, após passar por sucessivas internações médicas.
Até então, o ex-médico cumpria pena no presídio de Tremembé, no interior paulista, desde 2014, quando foi capturado no Paraguai para onde havia fugido com a mulher e os filhos após a condenação.
Na decisão desta terça-feira, a juíza Andréa Barreira Brandão, da 3ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo, acusa Abdelmassih de ter usado seus conhecimentos médicos para “ingerir medicações que levaram a complicações e descompensações intencionais a fim de alterar a conclusão da perícia judicial”.
Abdelmassih tem que passar por perícias médicas a cada três meses. A juíza atrelou a decisão de colocá-lo de volta no regime fechado até a próxima perícia que estabeleça sua real condição de saúde. A partir da decisão, a Polícia Civil foi à casa do ex-médico para levá-lo para o Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, no bairro do Carandiru, na zona norte de São Paulo.
Na ocasião em que Abdelmassih conquistou o direito a cumprir a pena em casa, agora revogada, a defesa do ex-médico invocou a prisão domiciliar humanitária, devido à idade avançada do condenado e com base em laudos médicos que apontaram necessidade de tratar doenças crônicas, como hipertensão e cardiopatia grave, fora do sistema penitenciário. .
O documento que atestou a saúde de Abdelmassih, porém, foi inconclusivo, segundo o cardiologista Lamartine Cunha Ferraz, que o examinou. No atestado, o cardiologista afirmou que a prisão é um agravante ao quadro depressivo de Abdelmassih, mas que a saúde do ex-médico requer um tratamento clínico sem estrutura específica, com medicamentos “facilmente usados em qualquer ambiente fora do hospital”.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado Antonio Celso Fraga, que defende Abdelmassih no caso.