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Acusado de matar a filha após deixar prisão segue foragido

Homem de 28 anos é suspeito de matar a filha porque ela se recusou a retirar uma queixa contra ele por estupro

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 out 2018, 21h17 - Publicado em 4 out 2018, 17h43

A polícia paulista continua à procura do caseiro Horácio Nazareno Lucas, de 28 anos, acusado de matar a filha pouco depois de sair da prisão. Letícia Tanzi Lucas, de 13 anos, foi assassinada a facadas em São Roque, no interior de São Paulo, porque denunciou o pai pelo crime de estupro.

Até o início da tarde desta quinta-feira, o suspeito continuava foragido. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) esclareceu que a Polícia Civil realiza diligências para localizá-lo. Foi solicitada medida protetiva para a mãe da garota, também agredida pelo caseiro.

Segundo as investigações, a menina foi morta na madrugada desta quarta-feira porque se negou a retirar a queixa de estupro feita em junho deste ano contra o pai. O acusado já havia cumprido pena por violentar a cunhada de 20 anos que tem problemas mentais. O crime ocorreu em 2012, mas demorou para ser denunciado e não houve flagrante.

Ele chegou a ser detido na época, mas acabou solto para responder em liberdade. Condenado a oito anos de prisão, em junho deste ano foi mandado para a Penitenciária de Capela do Alto (SP). Após entrar com recurso na Justiça e comprovar ter residência fixa e outros atenuantes, ele foi colocado em liberdade na terça-feira.

Quando estava preso, a filha também resolveu contar que tinha sido vítima de abuso do próprio pai. Detalhes do crime foram relatados na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o inquérito ainda não havia sido finalizado. Um dia após sair da prisão, ele foi atrás da filha em um sítio em São Roque, onde morava com a mãe, para pedir que retirasse a queixa, mas ela não aceitou.

Além de matar a filha a facadas, o caseiro também é acusado de agredir a mãe da vítima, que correu e se trancou em um cômodo na casa da vizinha. A mulher contou que o acusado tentou enforcá-la ao vê-la com o celular ligando para a polícia.

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Antes de matar a filha, o homem trancou o irmão dela, de 6 anos, dentro de um quarto. Foi a criança que informou aos policiais o que havia ocorrido quando eles chegaram ao local. O suspeito teria fugido a pé entrando por uma mata nas imediações.

Em entrevista à TV TEM, afiliada da Rede Globo, Tamires Tanzi, mãe da menina, falou que o acusado inicialmente estava calmo e até abraçou a filha e chorou com ela pelo ocorrido. Mas quando viu que ela não ia retirar a queixa, ficou violento.

“Ele me grudou pela garganta e me deu um murro no nariz”, contou. Depois ela fugiu e diz se arrepender de não ter ficado para defender a filha. “Na hora do nervosismo, a reação da gente não se explica.” O corpo de Letícia Tanzi Lucas foi sepultado na manhã desta quinta-feira, no Cemitério do Cambará, em São Roque.

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