O policial reformado Ronnie Lessa, ligado ao grupo de matadores “Escritório do crime”, foi condenado foi condenado pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por tráfico internacional de armas.
Lessa foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pela importação de 16 peças de fuzil AR-15, apreendidas em um voo vindo de Hong Kong no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, em 2017. Segundo a investigação da Polícia Federal, os itens tinham como destinatário uma academia na Zona Oeste, cujos donos eram o PM e sua esposa Elaine Pereira Figueiredo Lessa, que foi absolvida no processo.
Os equipamentos importados, chamados quebra-chamas, servem para ocultar a posição do atirador e são de uso restrito ao Exército. Segundo a defesa do ex-policial do Bope, as peças visavam diminuir o movimento da arma de fogo no momento do disparo. Em 2021, os advogados também argumentaram que os artigos não estavam mais na lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE). Na denúncia, o MPF lembrou que a apreensão aconteceu antes do decreto revogatório assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021, o que não muda o caráter ilegal da importação.
“O material importado se destina a dificultar a identificação da origem dos disparos de fuzis AR-15, ordinariamente empregados por organizações criminosas que controlam vastos territórios da cidade do Rio de Janeiro, onde aterrorizam, ferem e matam moradores e agentes da segurança pública de forma indiscriminada”, afirma, na sentença, a juíza Adriana Alves dos Santos Cruz.
Lessa é apontado como autor do disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em em março de 2018.