Acusado de ter sido funcionário fantasma, o comerciante Renato Bolsonaro, um dos irmãos do presidente eleito Jair Bolsonaro, teve momentos de celebridade na entrada da Granja do Torto, nesta segunda-feira, 31. Ele saiu da Granja, onde está hospedado com a família, apenas para cumprimentar os apoiadores do irmão presidente.
Renato passou pelo menos meia hora tirando fotos e gravando vídeos com bolsonaristas de vários estados. Em certo momento, disse brincando que serviria como “genérico” do irmão, caso ele não possa conhecer os apoiadores pessoalmente.
Além das selfies, ele tirou fotos com um cartaz de apoio ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, que dizia: “O homem mais odiado do Brasil pelos petistas e pelos corruptos. Mas é o mais respeitado pelo povo brasileiro”. Fez também registros dentro do Fiat modelo 147 (primeiro carro produzido pela marca no Brasil, que ficou em linha de 1976 a 1986) que veio de Paramoti (CE) para a posse presidencial.
Funcionário fantasma
Em 2016, Renato foi exonerado do cargo de assessor especial parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após reportagem do canal SBT revelar que ele não aparecia para trabalhar, embora constasse como funcionário do gabinete do deputado estadual André do Prado (PR) por três anos. O salário era de 17.000 reais. Em vez de comparecer para o expediente, de acordo com a reportagem, ele trabalhava em uma de suas lojas de imóveis.
Renato contou que o clima dentro da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência, é “tranquilo” e “familiar” e que toda a família está reunida, inclusive a mãe, Olinda, de 91 anos.
Aos 54 anos, Renato tentou seguir os passos do irmão e entrar para a política, mas sem sucesso. Há dois anos, disputou a prefeitura de Miracatu (SP), pelo PR, mas não foi eleito.
Antes de Renato, o deputado federal eleito Helio Bolsonaro também parou para falar com um grupo, mas evitou falar sobre o presidente eleito. Disse que sua cor é o Brasil e defendeu a unificação do país sem distinções raciais.