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Acusados da morte de Marielle Franco têm histórico de suspeitas

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram detidos nas investigações sobre o assassinato da vereadora carioca

Por Da Redação Atualizado em 12 mar 2019, 16h24 - Publicado em 12 mar 2019, 10h40

Os dois homens presos nesta terça-feira, 12, acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), têm um histórico de suspeitas e envolvimento com atividades criminosas.

O sargento reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, foi aposentado da Polícia Militar por invalidez após ser alvo de um atentado a bomba que resultou na amputação de uma de suas pernas. O caso aconteceu em outubro de 2009 e estaria ligado a uma disputa pela segurança de Rogério Andrade, um chefe do jogo do bicho no Rio.

Já Élcio Vieira de Queiroz, acusado de ser o condutor do carro usado no crime contra a vereadora, foi expulso da corporação. Ele chegou a ser preso preventivamente em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos.

Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM). Sete anos depois, em 2017, a Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido de Élcio e de outros policiais para que a decisão de expulsá-los da PM fosse revista.

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Lessa e Queiroz foram presos na madrugada desta terça-feira, 12. A denúncia formulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-RJ classificou o crime como um “golpe ao Estado Democrático de Direito”. Eles foram denunciados pelos homicídios qualificados de Marielle e Anderson e tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu.

O MP-RJ considera que o crime foi planejado de forma “meticulosa” nos três meses que antecederam as execuções. Além dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios. Ronnie Lessa é policial militar reformado e Elcio foi policial militar, tendo sido expulso da corporação.

Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.

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As prisões ocorreram por volta das 4h e os policiais também cumprem 32 mandados de busca e apreensão. A ação foi batizada de Operação Lume, em referência a uma praça no centro do Rio de Janeiro, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista.

Outro lado

Os advogados de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz negaram o envolvimento de seus clientes no caso. Logo após a prisão, Lessa e Queiroz receberam a visita dos defensores, na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. “O Élcio não estava nem nesse dia. Eu tenho certeza de que não tem foto dele no carro e muito menos gravação dele nesse dia lá. E tenho certeza de que a vítima que sobreviveu não vai reconhecer o meu cliente”, disse Luís Carlos Azenha, advogado do ex-policial militar.

O advogado de Lessa, Fernando Santana, disse que só conversou com seu cliente rapidamente depois da prisão e que ele nega a participação no crime. “Ele nega de forma veemente que tenha feito qualquer tipo de assassinato. Ainda vou ter acesso ao inquérito, não tive oportunidade de ter. Primeiro estava em segredo de Justiça, agora que nos peticionamos, eu e minha equipe, para poder ter ideia de como chegou à prisão do Ronnie Lessa”.

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