O depoimento do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB), que estava previsto para esta quarta-feira, foi adiado por tempo indeterminado depois que sua defesa entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele tenha acesso integral aos autos do inquérito pelo menso 48 horas antes de ser ouvido pela Polícia Federal.
O pedido da defesa de Loures foi apresentado ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito, que encaminhou a solicitação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para urgente manifestação. Segundo a PF, como a requisição não foi negada de imediata pelo magistrado, Loures não foi ouvido.
O depoimento de Loures é considerado importante porque ele, tido como homem de confiança de Temer, foi flagrado pela PF correndo com uma mala contendo 500 mil reais, que havia sido entregue por executivos do Grupo J&F em um restaurante de São Paulo – segundo o executivo Ricardo Saud, o dinheiro era para o presidente da República, que nega.
Loures é investigado no mesmo inquérito em que é alvo de investigação o presidente Temer, que é acusado de corrupção passiva, obstrução de Justiça e pertencimento a organização criminosa. Todas as acusações são decorrentes da Operação Patmos, desencadeada com base nas delações e gravações feitas por executivos da JBS.
Loures estava preso na Superintendência da PF em Brasília desde sábado, mas, mesmo com o adiamento do depoimento, ele foi transferido para o complexo penitenciário da Papuda, também na capital federal.