Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Amigo de Carlos, diretor-geral da Abin é cotado para comandar PF

Alexandre Ramagem tem o aval do filho de Bolsonaro, investigado por ataques virtuais a autoridades e propagação de fake news

Por Cássio Bruno Atualizado em 25 abr 2020, 21h21 - Publicado em 25 abr 2020, 11h42
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O diretor-geral da Agência Nacional Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, é o mais cotado para assumir o comando da Polícia Federal. Chefe da segurança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha eleitoral de 2018, Ramagem tem a confiança do clã presidencial, principalmente do filho Zero Dois, o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), de quem é amigo. A troca pelo ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, exigida por Bolsonaro, foi a gota d’água para o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que era contra a mudança.

    No bastidores, Carlos Bolsonaro comemorou a saída de Sergio Moro. O vereador era um dos principais entusiastas pela queda do ex-ministro. Carlos já articulava a substituição de Moro sob o argumento de que o ex-juiz da Lava-Jato não teria se mobilizado suficientemente para descobrir o suposto mandante do atentado a facada contra seu pai, em Juiz de Fora (MG). A alegação foi defendida pelo próprio Bolsonaro durante seu pronunciamento na última sexta-feira.

    Como VEJA revelou, no entanto, interlocutores de Sergio Moro contaram que o ex-ministro da Justiça não concordou com Jair Bolsonaro de pedir interferência em uma investigação relacionada à participação de Carlos. O presidente queria que a Polícia Federal e o ex-ministro da Justiça dessem um jeito de segurar o caso que aponta para a participação do vereador em um esquema de ataques virtuais a autoridades e propagação de fake news. O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Alexandre Ramagem tem também o aval do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), os outros filhos do presidente com mandatos. Ramagem ingressou na PF em 2005. Ele atuou ainda na coordenação de grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, além da Conferência das Nações Unidas Rio + 20, em 2012, e a Copa das Confederações, no ano seguinte. No governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem foi assessor especial do ex-ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, que deixou a pasta após ataques de Carlos. Fiel à família Bolsonaro, Ramagem, então, manteve-se no cargo.

    Na noite deste sábado 25, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) republicou em suas redes sociais uma foto de Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem que estava publicada na conta do vereador do Rio. Lado a lado na imagem, Carlos e Alexandre passaram juntos o réveillon de 2019, dias antes da posse de Jair Bolsonaro em Brasília.

    Continua após a publicidade

    A queda de Mandetta

    Carlos Bolsonaro também teve papel fundamental na crise entre o pai e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O filho Zero Dois foi o primeiro a acusar Mandetta de uso do cargo para promoção pessoal. A favor da demissão do ex-ministro, Carlos, nos bastidores, organizou ações orquestradas na internet para ajudar a fritá-lo no chamado “gabinete do ódio”, segundo apurou VEJA.

    O vereador do Rio tem como braço-direito o primo Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio. Nomeado no gabinete do senador Francisco Rodrigues (DEM-RR) com um salário bruto de 22,9 mil reais, Léo atuou no início do governo como uma espécie de “espião voluntário” com o objetivo de fabricar dossiês informais para identificar “infiltrados comunistas” na máquina federal.

    Continua após a publicidade

    Carlos Bolsonaro e Léo Índio se encontraram pelo menos uma vez para tratar do futuro de Mandetta na pasta da Saúde. A reunião ocorreu no último dia 4, em Brasília. O vereador trata o primo como um “porta-voz” de seus atos. Enquanto Carlos cria conteúdo de mensagens de textos contra inimigos políticos de Bolsonaro, Léo as distribuiu à militância bolsonarista para que o material seja disseminado nas redes sociais e em sites simpatizantes do governo.

    Antes da nomeação no Senado, Léo Índio ficou conhecido pelo livre trânsito que tem no Planalto e por sua proximidade com Carlos Bolsonaro. O sobrinho do presidente, no entanto, nunca assumiu um cargo no governo federal. Mesmo assim, era comum vê-lo em reuniões internas e agendas externas de Jair Bolsonaro. O assessor parlamentar já até viajou na comitiva da Presidência que foi ao local da tragédia de Brumadinho.

    Os ataques virtuais contra o ex-ministro da Saúde têm o mesmo modus operandi a outros adversários de Bolsonaro. Além de Mandetta, o alvo preferencial é o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em 25 de março, durante uma reunião por videoconferência sobre coronavírus, o tucano e o presidente trocaram acusações sobre medidas adotadas de combate à doença.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.