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Após mortes, Moro vai enviar força-tarefa a presídio do Amazonas

Complexo em Manaus é o mesmo onde 56 presos foram assassinados em 2017. Nesta segunda-feira, 40 detentos foram encontrados enforcados em outras cadeias

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 28 Maio 2019, 03h12 - Publicado em 27 Maio 2019, 20h00

Após o massacre de quinze presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no domingo, o governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu nesta segunda-feira, 27, enviar um reforço de segurança ao presídio. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo ministro Sergio Moro, uma Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária atuará no Compaj, após solicitação do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Ainda de acordo com a pasta, o pedido não foi formalizado pelo governo amazonense, mas o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) “já está tomando as providências para o deslocamento da equipe”. Criada em janeiro de 2017, no governo Michel Temer, a força-tarefa penitenciária é formada por agentes federais de execução penal dos 26 estados e do Distrito Federal.

Desde janeiro de 2017, quando uma rebelião deixou 56 mortos no Compaj, a Força Nacional de Segurança Pública já atua na segurança externa do presídio.

Segundo a Secretaria de Comunicação do Governo do Amazonas, as quinze mortes neste domingo ocorreram durante uma briga entre os presos no horário de visitas. A situação foi controlada por volta das 15 horas, mas a falta de informações deixou familiares sob tensão na entrada do Complexo.

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Hoje, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que todos os mortos foram identificados e seus corpos, liberados para as famílias. Em razão do ocorrido ontem, a secretaria aplicou uma série de medidas administrativas em todas as unidades prisionais do estado, entre elas, a suspensão das visitas.

O defensor público-geral do Amazonas, Rafael Barbosa, disse nesta segunda-feira que a suspensão visa a garantir a integridade dos presos e de seus parentes. Barbosa também afirmou que a principal suspeita das autoridades estaduais é que o conflito entre os presos esteja ligado à disputa de facções criminosas.

“Acho bem prudente a conduta da secretaria de evitar [as visitas], pelo menos por enquanto. Até que as investigações sejam finalizadas e saibamos o que de fato aconteceu”, disse o defensor público-geral.

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Mais 40 mortes em três presídios

Depois das quinze mortes registradas no Compaj no domingo, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária confirmou nesta segunda-feira, 27, que outros 40 presos foram encontrados mortos em três unidades prisionais em Manaus. O massacre  ocorreu por enforcamento no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM I).

Agentes do Grupo de Intervenção Prisional (GIP) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar fazem revista e recontagem dos presos. Um inquérito será aberto para investigar os homicídios.

(com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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