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Após atraso na liberação do corpo, Agatha será enterrada neste domingo

Morte da menina de 8 anos gerou uma série de manifestações neste fim de semana

Por Estadão Conteúdo 22 set 2019, 10h43
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  • A menina Ágatha Félix, que morreu depois de ser atingida por um tiro nas costas quando estava dentro de uma kombi na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro (Redes sociais/Reprodução)

    O enterro de Agatha Vitória Sales Félix, menina de oito anos morta durante operação da Polícia Militar no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, será realizado neste domingo, 22. A cerimônia terá início às 16h na capela 13 do Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

    O corpo só foi liberado às 21h30 de sábado, após um problema com o scanner corporal usado na perícia. De acordo com o Instituto Médico Legal, o equipamento tem três travas e uma delas não estava destravada corretamente por ter sido utilizado na capacitação de funcionários durante a semana. “O uso do scanner foi fundamental para verificar a imagem do fragmento do projetil que foi retirado para balística”, afirmou o IML.

    Na noite deste sábado, 21, o porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro Mauro Fliess afirmou em entrevista à TV Globo que ‘não há nenhum indicativo, nesse momento, de uma participação de um policial no triste episódio’. O porta-voz afirmou ainda que a PM vem reduzindo o número de mortes e que ‘não vai recuar’.

    #ACulpaÉdoWitzel: denúncia à ONU e repúdio da Anistia Internacional

    A morte de Agatha gerou uma onda de manifestações neste final de semana. Durante o sábado, a hashtag #ACulpaÉdoWitzel, que relaciona a morte da menina à política de segurança pública do governador Wilson Witzel (PSC), chegou a ser a mais comentada no Twitter. Parlamentares de oposição como Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) se pronunciaram sobre a morte.

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    A Anistia Internacional publicou uma thread no Twitter repudiando o acontecimento e mencionou Witzel diretamente, marcando seu nome de usuário. “E alertamos a @wilsonwitzel: Como autoridade máxima de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, a responsabilidade do governador é prevenir e combater a violência com inteligência e levando em consideração que todas as vidas importam”, afirmou a organização.

    Movimentos de favelas fizeram neste sábado, 21, uma denúncia formal à Organização das Nações Unidas (ONU) contra o governador Witzel. O documento foi encaminhado à alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michele Bachelet, e à Relatoria Especial sobre Execuções Sumárias e Extrajudiciais. Os grupos pedem ao Alto Comissariado da ONU uma resposta pública e incisiva cobrando o Estado Brasileiro e pedem que apontem que Witzel violou obrigações de direito internacional ratificadas pelo Estado brasileiro.

    De acordo com a denúncia, assinada pelos grupos Papo Reto, Fórum Grita Baixada, Instituto Raízes em Movimento, Fórum Social de Manguinhos, Mães de Manguinhos, Movimento Moleque, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Arquitetxs Faveladxs, ‘a morte de Agatha é mais uma tragédia diretamente relacionada à política bárbara de segurança pública que está sendo conduzida pelo governador’.

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    O documento menciona dados como o aumento do total de pessoas mortas pela polícia no estado do Rio de Janeiro. De janeiro a agosto foram 1249, alta de 16,2% em ao mesmo período de 2018. “O alvo é sempre o mesmo, jovens negros e pobres, que vivem nas favelas da cidade e do Estado”, destaca.

    A seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também destacou o “recorde macabro” de 1249 pessoas mortas pela polícia entre janeiro a agosto. A entidade lamentou o que chamou de “normalização da barbárie” pelo Executivo estadual e por parte da população, que encara com normalidade a média de cinco mortos por dia pela polícia, o que considera “sintoma de uma sociedade doente”.

    Morte de Agatha Felix

    Agatha estava em uma Kombi com o avô na noite de sexta-feira, 20 quando foi atingida por um tiro de fuzil nas costas. A menina foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha, onde morreu na madrugada de sábado.

    A versão do governo do Estado é de que houve confronto no Complexo do Alemão e que policiais da UPP Fazendinha revidaram a agressão de criminosos. O governo do Rio afirmou lamentar profundamente a morte de Agatha, assim como a de todas as vítimas inocentes, durante ações policiais.

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    O governo diz que o trabalho realizado pelas polícias, que têm como principal objetivo localizar criminosos e apreender armas e drogas, é pautado por informações da área de inteligência e segue protocolos rígidos de execução, sempre com a preocupação de preservar vidas.

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