Após operação, mais de 70 novos corpos são levados a uma praça no Complexo da Penha
Corpos estavam em zona de mata e foram recuperados por moradores. Número oficial de 64 mortos na ação contra o Comando Vermelho pode aumentar
No dia seguinte à operação mais letal da história da cidade do Rio, ao menos mais 74 corpos foram levados nesta quarta-feira, 29, por moradores do Complexo da Penha, Zona Norte, a uma praça da região. O conjunto de favelas, junto ao Complexo do Alemão, foi alvo da ação de policiais civis e militares ao longo da terça-feira, quando foram contabilizadas oficialmente 58 mortes. Com isso, a letalidade chega a 132 mortes.
Vale pontuar que, até a noite desta terça, o número divulgado pelo Governo do Rio era de 64 mortes, o que foi corrigido nesta quarta para 58 óbitos, estes já confirmados pela perícia. Os novos corpos foram encontrados em uma zona de mata na parte mais alta do morro onde ficam as favelas. Lá, de acordo com a polícia, teria se concentrado a maioria dos confrontos entre criminosos e policiais. Conforme os relatos, as buscas de moradores no local se estenderam durante toda a madrugada. Na região, foram encontrados os corpos com marcas de disparos, além de rastros de sangue no chão, em meio à comoção de familiares e amigos que, em meio à procura, reconheciam os mortos.
Segundo o ativista Raull Santiago, uma das lideranças comunitárias locais, os corpos foram levados até a praça para que o reconhecimento de familiares às vítimas fosse facilitado.
Ao longo do dia, os corpos serão levados ao IML e haverá perícia para confirmar a relação dessas mortes com os confrontos da operação desta terça. De acordo com os relatos locais, há a chance de novos óbitos serem revelados ao longo do dia.
Até o momento, o governo do Rio não se pronunciou oficialmente sobre as novas mortes. Ainda nesta manhã, o governador Claudio Castro (PL) vai se reunir com a cúpula da Segurança Pública para tratar da operação.







