Em sua edição desta semana, VEJA conta a história de Geralda Gonçalves, uma ex-faxineira radicada há mais de duas décadas nos Estados Unidos que caiu nas graças da família Bolsonaro e se tornou responsável pela indicação de diversas pessoas para cargos de destaque na máquina pública. Geigê, como é conhecida, tornou-se madrinha das indicações de Roberto Alvim, para a Secretaria Especial de Cultura, e de Dante Mantovani, para a Fundação Nacional de Artes (Funarte), entre outros. “Indiquei praticamente oito secretários”, disse ela, conforme a reportagem. “Eu tenho mesmo acesso ao presidente”.
O acesso é de fato amplo, geral e irrestrito. Na terça-feira 7, Geigê foi recebida pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto e, em outra agenda, pelo ministro da Educação, Abraham Weitraub. Na quarta-feira 8, ela despachou com Alvim e toda a equipe da Cultura. E na quinta-feira 9, e se encontrou com Sergio Moro nas dependências do Ministério da Justiça. Geigê é tão fã do ex-juiz da Lava-Jato que se apresenta nas redes sociais como “Geigê Gonçalves Moro”. Todo o périplo pela Praça dos Três Poderes foi registrado nas redes sociais.
A poderosa Geigê só não divulgou o resultado de suas andanças por Brasília. Na quarta-feira 8, o Diário Oficial da União publicou a nomeação de sua sobrinha, Fabiane Aguiar Barbosa, para o cargo de coordenadora-geral do Programa de Cultura do Trabalhador do Ministério do Turismo, com salário previsto de 10,3 mil reais ao mês. O pedido de emprego havia sido feito em novembro. A passadinha no gabinete presidencial destravou o negócio. Fabiane programou o celular para não receber chamadas e não respondeu às mensagens.