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Assédio na corte: o escândalo que rendeu a primeira grande baixa na Esplanada

Silvio Almeida, o chefe da pasta que zelava pelos direitos humanos, foi demitido após ser confrontado com acusações de assédio e importunação

Por Ricardo Chapola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 dez 2024, 08h00

Um escândalo de conotação sexual foi responsável pela primeira grande baixa na Esplanada dos Ministérios. Em setembro, Silvio Almeida, o chefe da pasta que zelava pelos direitos humanos, foi demitido após ser confrontado com acusações de assédio e importunação. Uma das vítimas foi ninguém menos que a ministra da Igualdade Racial. Durante quase dois anos, Anielle Franco enfrentou insinuações grosseiras, comentários embaraçosos e situações constrangedoras que se passavam até mesmo em reuniões oficiais. Sem saber como agir, a ministra primeiro silenciou. Depois pediu ao colega que cessasse as investidas, mas foi ignorada. Rumores sobre o que estava acontecendo passaram a circular por alguns dos mais importantes gabinetes de Brasília, incluindo o do presidente da República. Porém, apesar da gravidade do caso, nenhuma atitude foi tomada até o momento em que um portal de notícias revelou que denúncias contra o ministro haviam sido formalizadas à entidade que defende os direitos das mulheres. Depois disso, antes convenientemente inerte, o governo agiu com celeridade.

Em menos de 24 horas, uma comissão formada pelos ministros da Advocacia-Geral da União, da Gestão e das Mulheres foi convocada para ouvir o relato de Anielle Franco. Ela contou em detalhes as várias ocasiões em que Silvio Almeida se comportou de maneira imprópria, citou palavras e frases maliciosas que lhe eram dirigidas e descreveu cenas em que foi apalpada — uma delas, inclusive, dentro do próprio Ministério da Igualdade Racial. Na sequência, Lula convocou o ministro e recomendou que ele se afastasse do cargo. Almeida, por sua vez, disse que as acusações eram “ilações absurdas”, recusou a sugestão do presidente e acabou demitido. Advogado e professor universitário, ele nunca falou em público sobre o assunto, mas, de maneira vil, insinuou que as abordagens à colega eram consentidas. Na época, em entrevista exclusiva a VEJA, a primeira depois que o escândalo foi revelado, Anielle reafirmou as acusações: “É importante deixar claro que o que aconteceu comigo foi um crime de importunação sexual”. Também explicou por que não denunciou o colega quando as investidas começaram. “Ficamos com medo do descrédito, dos julgamentos, como se o que aconteceu fosse culpa nossa”, disse. É um dilema comum entre as mulheres que enfrentam esse tipo de situação. A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o caso, que já inclui denúncias de outras supostas vítimas do ex-chefe dos Direitos Humanos.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924

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