Atletas relatam explosão em ar-condicionado no Ninho do Urubu
Sobreviventes relatam que fogo começou no aparelho e se alastrou rapidamente
Jogadores de base do Flamengo que sobreviveram ao incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do time na Zona Oeste do Rio de Janeiro, relataram que minutos antes de o fogo começar houve uma explosão em um aparelho de ar-condicionado. Também segundo esses relatos, o fogo se alastrou muito rapidamente.
“O ar-condicionado pegou fogo, daí foi gerando um curto-circuito em todos os ar-condicionados, pegando tudo. Foi muito rápido, muito rápido. Não deu para conseguir chamar quase ninguém”, relatou Samuel Barbosa, piauiense de 16 anos que joga como zagueiro da base Flamengo. Sobrevivente, ele gravou um vídeo para tranquilizar os familiares.
A Polícia Civil ainda não informou oficialmente a causa do incêndio e o Corpo de Bombeiros disse que aguardará a perícia para se pronunciar. Pelo menos dez pessoas morreram no incêndio e três ficaram feridas. Elas estavam em um alojamento das equipes de base do Flamengo, uma estrutura provisória, feita de contêineres. O fogo começou por volta das 5h da manhã.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), afirmou, em entrevista coletiva, que ainda era muito cedo para determinar as causas do incêndio, mas confirmou a hipótese de que o fogo teria começado no aparelho de ar-condicionado.
Porta-voz da corporação, o tenente-coronel Douglas Henaut informou que as vítimas que foram resgatadas estavam ao lado de fora do alojamento. Segundo ele, o local estava tomado pelas chamas e não foi possível encontrar sobreviventes. “Por mais que se tentou fazer a busca de alguém vivo, não foi possível encontrar os corpos”, afirmou Henaut. As vítimas resgatadas saíram conscientes e com vida para o hospital. Até o momento, 10 mortes foram confirmadas, mas ainda não se sabe se são jogadores da base do clube ou funcionários do centro de treinamento. Três jogadores estão feridos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o local não possui o Certificado de Aprovação (CA) que atesta a existência e o funcionamento dos dispositivos contra incêndio. Em nota oficial, explica que a falta do certificado não significa que o local não possuía os dispositivos de segurança, mas que ainda não houve a aprovação pela corporação.
(Com Estadão Conteúdo)