Pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira (3) revela que o número de brasileiros que apoiam a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos em crimes graves cresceu. O índice aumentou dos 26%, registrados em 2015, para 36% em 2017.
O resultado integra o total de entrevistados que se declaram favoráveis (84%) à mudança na legislação, independentemente da natureza do crime. Neste quadro geral, houve pequena oscilação para baixo — em 2015, 87% das pessoas se diziam favoráveis à alteração.
O levantamento encomendado pela Folha de S.Paulo ouviu 2.762 pessoas em 192 cidades do país. A margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
Atualmente, tramita no Senado Federal uma Proposta de Emenda à Constituição que reduz a maioridade penal no caso de crimes graves. A matéria está na Comissão de Constituição e Justiça, mas, diante da falta de acordo entre os membros para analisar a proposta, a votação ficou para 2018.
Perfil
Um recorte realizado pelo instituto de pesquisa revelou que homens e mulheres tem taxa parecida de aceitação da redução da maioridade, 85% e 83% apoiam a medida, respectivamente.
Já em uma estratificação dos dados feita entre as regiões do país mostraram que os nordestinos são os que menos defendem a diminuição da idade: 81% se declaram contrários a medida. O Norte, por outro lado, tem uma porcentagem de apoio maior, com 89% a favor da proposta. Posicionando-se acima do Centro-Oeste que tem 88% de apoio.
Segundo o instituto, as maiores diferenças aparecem nas faixas de renda. Entre os que ganham o salário acima de 10 salários mínimos (9.540 reais), o apoio soma 73% ante os 83% da parcela mais pobre da população, cuja a renda é de até dois salários mínimos (1.908 reais).
Levando em conta as preferências eleitorais, o apoio à redução é maior entre os simpatizantes de Jair Bolsonaro (95%) e Geraldo Alckmin (91%). Eles são seguidos pelas pessoas que declaram voto a Marina Silva (84% de apoio) e Lula (79%).