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Itália envia avião para buscar Battisti, alvo de pedido de extradição

Assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais disse que Battisti deve ser trazido para o Brasil para depois ser extraditado à Itália

Por Redação
Atualizado em 13 jan 2019, 10h53 - Publicado em 13 jan 2019, 09h11

Integrantes do governo italiano comemoraram a prisão do ex-ativista Cesare Battisti, alvo de um pedido de extradição. O italiano foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na noite de sábado, 12. Não se sabe ainda como será a extradição – se ele vem para o Brasil primeiro ou se segue diretamente para a Itália.

Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, disse que Battisti deve ser trazido para o Brasil para depois ser extraditado para a Itália. “O terrorista italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia esta noite e em breve será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana”, escreveu no Twitter.

Em nota conjunta, os ministérios de Relações Exteriores e de Justiça afirmam que todas as providências para a extradição de Battisti jpa estão sendo tomadas. “Diante da detenção de Cesare Battisti pela Interpol, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério das Relações Exteriores estão tomando todas as providências necessárias, em cooperação com o Governo da Bolívia e com o Governo da Itália, para cumprir a extradição de Battisti e entregá-lo às autoridades italianas.”

O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro pela colaboração, assim como às autoridades bolivianas, e afirmou que Battisti é “um criminoso que não merece uma vida cômoda na praia, mas acabar seus dias na prisão”.“O meu primeiro pensamento vai para os familiares das vítimas deste assassino, que durante tempo demais gozou de uma vida que vilmente tirou de outros, protegido pela esquerda de meio mundo”, disse Salvini.

Já o ministro da Justiça italiano, Alfonso Bonafede, declarou que o foragido “agora será entregue à Itália” para que cumpra sua pena: “Quem se equivoca deve pagar, e Battisti também pagará”.

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“O tempo passado não sanou as feridas que Battisti deixou nas famílias das suas vítimas e no povo italiano, assim como que não diminuiu o desejo humano e institucional de obter justiça”, escreveu o ministro no Facebook.

Além disso, destacados membros da oposição ao governo italiano do Movimento Cinco Estrelas e da ultradireitista Liga expressaram sua alegria pela detenção de Battisti, como o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, do Partido Democrata (PD, centro-esquerda).

“A detenção de Battisti na Bolívia é uma boa notícia. Todos os italianos, sem nenhuma distinção de tendência política, desejam que um assassino deste tipo seja devolvido o mais rápido possível ao nosso país para cumprir a pena. Hoje é um dia para a justiça”, destacou.

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As fontes do Ministério do Interior desconhecem por enquanto se Battisti deverá retornar ao Brasil antes de ser extraditado à Itália, mas acreditam que este é “um ponto que se resolverá nas próximas horas”, e para isso o governo italiano já enviou à Bolívia um avião com agentes da Agência de Inteligência.

Foragido desde dezembro, Batistti foi condenado à prisão perpétua na Itália acusado de cometer quatro assassinatos nos anos 1970. Battisti nega os crimes e se diz vítima de perseguição política.

Battisti chegou ao Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois. O italiano foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Ele voltou a ser preso em outubro de 2017 na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia.

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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de 25.000 reais em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares.

O governo italiano solicitou a extradição de Cesare Battisti, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, contudo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que o italiano poderia ficar no Brasil e o ato foi confirmado pelo Supremo.

(Com Efe)

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