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Nascido em Buenos Aires, Boechat venceu três prêmios Esso

Jornalista trabalhou em jornal, rádio e televisão em quase cinco décadas de carreira

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 15h57 - Publicado em 11 fev 2019, 14h15

Morto em um acidente de helicóptero na Rodovia Anhanguera nesta segunda-feira, 11, aos 66 anos, Ricardo Boechat era um dos jornalistas mais respeitados do país. Âncora do Jornal da Band, apresentador da BandNews FM e colunista da revista Istoé, ele passou também, ao longo de sua carreira de quase cinco décadas, por jornais impressos de grande circulação, como O Globo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e O Dia. O piloto do helicóptero, Ronaldo Quattrucci, também morreu. 

Filho de um diplomata brasileiro, Boechat nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 13 de julho de 1952. Mal saído da adolescência, trabalhava como assessor de imprensa, mas tentava dar início a uma carreira como repórter. Seu primeiro trabalho em uma redação surgiu na década de 70, no extinto Diário de Notícias, como assistente do colunista Ibrahim Sued.

Na década seguinte, assumiu a Coluna do Swann, do jornal O Globo, onde ficou até 1997, quando ganhou outra coluna no periódico, com seu próprio nome.

Por dois anos, entre 1986 e 1988, escreveu para o jornal O Estado de S. Paulo. Nesse meio tempo, em 1987, por alguns meses, atuou como secretário de Comunicação Social do governo de Moreira Franco, no Rio de Janeiro. Sua passagem pela política também incluiu, anteriormente, o trabalho como assessor de imprensa de Moreira Franco, quando este era prefeito de Niterói, e como coordenador de campanha do político para o governo do Rio em 1982.

Nos anos 1990, passou pela Rede Globo, como comentarista do Bom Dia Brasil. Também trabalhou no SBT antes de ingressar na Band como diretor de jornalismo da sucursal do Rio de Janeiro. Em 2006, tornou-se âncora do principal jornal da casa, o Jornal da Band, transmitido de São Paulo, quando precisou mudar de cidade.

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Lançou o livro Copacabana Palace – Um Hotel e sua História, sobre o famoso hotel carioca da praia de Copacabana, em 1998. Ganhou três prêmios Esso – em 1989, 1992 e 2001 – e dezoito prêmios Comunique-se, tendo se tornado o maior ganhador da premiação.

No ano passado, foi um dos entrevistados do fórum Amarelas ao Vivo, organizado por VEJA. Falou sobre o jornalismo profissional e a importância dessa atividade em tempos de notícias falsas na internet. Tinha uma visão otimista sobre o assunto. “A sociedade não está tão vulnerável à mentira. Nós esquecemos que a tecnologia que dá essa dimensão à mentira é a mesma que a desmascara”, afirmou. “Tratamos as fake news como se fossem um mal sem cura. Está na própria natureza da notícia falsa a tecnologia, que é o antídoto que a matará no menor tempo do que sempre se propagou.”

Boechat também afirmou não ver mudanças no trabalho do jornalista profissional. “Tem que persistir nos fundamentos do jornalismo”, disse, reforçando a necessidade de apuração correta, investigação e edição.

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Em sua última coluna na Istoé, falou sobre a movimentação no Senado após a eleição de Davi Alcolumbre como presidente, processos na Justiça Trabalhista e a tragédia em Brumadinho (MG), entre outros assuntos. Em seu último comentário, nesta segunda-feira, na BandNews FM, o jornalista falou sobre as tragédias da cidade mineira e do CT do Flamengo, que deixou dez adolescentes mortos, na semana passada, e criticou a impunidade no país.

Boechat era casado com Veruska Seibel e deixa seis filhos.

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