Bolívia decide neste domingo se deporta criminoso do PCC para o Brasil
Diretor-geral da Polícia Federal destacou a importância da prisão de Marcos Roberto de Almeida, o 'Tuta'

Uma operação conjunta da Força Especial de Luta contra o Crime da Bolívia e da Polícia Federal no Brasil prendeu ontem Marcos Roberto de Almeida, o ‘Tuta’, principal sucessor número um de Marcos Willians Herbas Camacho, o ‘Marcola, na cúpula do Primeiro Comando da Capital, o PCC, a maior facção criminosa do país. Tuta era foragido internacional desde 2021, condenado a 12 anos de prisão no Brasil e acusado em outros processos por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
A prisão ocorreu após Marcos Roberto comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando um documento falso em nome de Maycon da Silva. A falsidade foi detectada pelas autoridades bolivianas, que então acionaram a Interpol e o oficial de ligação da Polícia Federal em Santa Cruz de La Sierra. Imediatamente, tais autoridades acionaram a Interpol e a PF em Brasília, que com o apoio de ferramentas de checagem biométrica lograram determinar que Maycon era na verdade Marcos Roberto, vulgo TUTA, alvo de difusão vermelha da Interpol e de mandados de prisão no Brasil.
Justiça da Bolívia decide neste domingo sobre deportação
A Polícia Federal informou que neste domingo será realizada audiência judicial na Bolívia. Durante esta audiência, a Justiça boliviana irá decidir se Marcos Roberto será expulso imediatamente do país rumo ao Brasil. Ocorre que a Justiça poderá decidir se o criminoso terá de responder por uso de documento falso no país, o que pode atrasar um eventual processo de extradição, pois ele poderia ser condenado e teria de cumprir pena por lá.
Caso a justiça da Bolívia decida expulsar o criminoso, Marcos Roberto pode voltar para o Brasil imediatamente. “Se for expulso, o retorno ao Brasil pode acontecer em poucas horas ou dias, dependendo apenas da logística entre os países”, diz a Polícia Federal. Neste caso, se a expulsão for imediata, a Polícia Federal pode enviar uma aeronave para a Bolívia para trazer Marcos Roberto. “Se for necessário um processo formal de extradição, isso pode levar mais tempo, pois depende do trâmite judicial boliviano”, diz a Polícia Federal.
Marcola, o número um do PCC, foi condenado a mais de 300 anos de prisão e cumpre pena numa penitenciária federal em Brasília, sob forte esquema de segurança. Marcola foi condenado por diversos crimes, incluindo homicídios, roubo a banco, tráfico de drogas, formação de quadrilha e roubo a mão armada. Marcola está preso de forma contínua desde 1999. Antes disso, já tinha sido preso três vezes, a primeira em 1986, mas sempre conseguia fugir da prisão.
Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, fala sobre a importância da prisão
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a expectativa é que ocorra a expulsão imediata do traficante ou o processo de extradição, mas que isso é um assunto que está sob a soberania da Bolívia. Ele afirmou que informou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski sobre a prisão.
Andrei disse ainda que Lewandowski informou ao presidente Lula sobre a prisão, e ao chanceler Mauro Vieira, que acionou a missão diplomática do Brasil na Bolívia para acompanhar o caso. Rodrigues reiterou o bom resultado da operação. “O crime organizado se combate com estas ações, com a prisão de lideranças, com o enfrentamento do poder econômica das atividades criminosas e com a cooperação internacional”, disse Rodrigues.