O ex-ministro da Casa Civil, o general Walter Braga Netto, será o candidato à vice-presidência na chapa encabeçada pelo atual presidente Jair Bolsonaro. O anúncio foi feito em entrevista concedida por Bolsonaro ao “Programa 4 por 4” na noite deste domingo, dia 26. Durante a conversa, Bolsonaro ainda declarou que o país poderá conceder asilo político à ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, e que espera “que haja segundo turno”. “O Lula, mesmo em 2002, no auge da sua popularidade, houve segundo turno. (sic) Não vai ser agora que não vai haver segundo turno por razões estranhas ao interesse do eleitor brasileiro”, disse ele.
Bolsonaro deverá anunciar, de forma oficial, seu candidato à vice-presidente nos próximos dias, mas antecipou que este nome será o de general Braga Netto. “Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice”, disse ele, emendando elogios na sequência. “O Braga Netto tem 45 anos de serviço na caserna, foi interventor por um ano, aproximadamente, no Rio de Janeiro, veio para o nosso governo com a difícil missão da Casa Civil durante a pandemia, foi para o Ministério da Defesa, se descompatibilizou para poder ficar livre para disputar o cargo eletivo. É uma pessoa que eu admiro muito. É uma pessoa que vai, caso eu consiga a eleição, ajudar muito o Brasil nos próximos anos”, completou.
O presidente ainda confirmou que a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o general Augusto Heleno, que comanda o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), também foram cotados para o cargo. “Vice é só um, eu gostaria de poder indicar dez. Não teria problemas”, afirmou, sorrindo.
Questionado se participaria dos debates já no primeiro turno das eleições, Bolsonaro disse que a decisão ainda não está tomada, mas que “existe essa possibilidade”, apesar de reconhecer que, em casos como esse, o atual presidente vira o alvo e é atacado por “paus e pedras” pelos oponentes.
O presidente ainda declarou que o país está atuando “na questão dos direitos humanos” e oferecerá asilo político à ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, condenada a 10 anos de prisão sob a acusação de ter conspirado a favor de um golpe contra seu antecessor, Evo Morales. “O Brasil está botando em prática a questão de relações internacionais, de direitos humanos, para ver se traz a Jeanine Áñez, oferece para ela o abrigo aqui no Brasil. É uma injustiça com uma mulher presa na Bolívia”, disse Bolsonaro, que apontou “hipocrisia” do ex-presidente Lula por não comentar sobre o caso. “O ex-presidente [da Bolívia, Evo Morales] e o atual são amigos do Lula e o Lula não fala absolutamente nada sobre esse caso.”